Os consumidores que foram às compras ontem levaram embalagens retornáveis de casa, mas muitos ainda reclamam do fim das sacolinhas plásticas descartáveis nos supermercados.
Em 14 supermercados visitados pela Folha nas regiões central, sul e oeste e no ABC, os clientes que esqueceram a sacola usaram caixas de papelão ou compraram uma ecobag na boca do caixa.
Os supermercados reforçaram o estoque de reutilizáveis e os atendentes estavam mais preparados para tirar dúvidas dos clientes do que em 25 de janeiro, início do movimento supermercadista. Parte dos consumidores critica o fim da distribuição das sacolinhas plásticas, que entrou em vigor ontem no Estado.
"Minha filha é farmacêutica e somos contra o uso de caixas. Não é adequado nem higiênico. Mas, se esqueço a sacola, vou fazer o quê? Carregar na mão?", questionou Elisabete Billia, 48, que fazia compras no Carrefour da avenida do Estado -a loja vendia sacolas reutilizáveis por R$ 0,49 (a mais barata) e R$ 2,90 (mais sofisticada).
O aposentado Mauro Zilvetti, 62, esqueceu a ecobag em casa e teve de comprar uma sacola por R$ 0,59 no Pão de Açúcar de Higienópolis, região central. "Não concordo. Mas vou respeitar."
"Não tem o que reclamar. É questão de costume", disse Luzinette Lima, 41, que levou ao Záffari dez ecobags que ganhou da rede no Dia do Consumidor.
No Extra de São Caetano, o estudante Elber Dias Almeida, 32, esperava uma Kombi para levar as compras em sacolas trazidas de casa. "Pelo lucro que os supermercados têm, deveriam oferecer de graça as biodegradáveis, antes vendidas por R$ 0,19."
O pizzaiolo Deison Trindade Santos, 25, não se importou em levar de casa ecobags para, de táxi, carregar as compras do Walmart do Pacaembu. "O consumidor está mais preparado para mudar o hábito", diz João Galassi, presidente da Apas (associação dos supermercados).
Veículo: Folha de S.Paulo