O Brasil mantém a sua posição entre os líderes da reciclagem de Pet (politereftalato de etileno) no mundo. Em 2011, o país deu a destinação correta a 294 mil toneladas de embalagens de Pet pós-consumo, o que representa 57,1% das embalagens descartadas pelo consumidor. Os números do 8º Censo da Reciclagem do Pet no Brasil, divulgados pela Associação Brasileira da Indústria do Pet (Abipet) também trazem outros dados animadores.
O volume total reciclado em 2011 corresponde a um aumento de 4,25% em relação às 282 mil toneladas recicladas em 2010. Esse índice é mais do que o dobro do crescimento registrado na produção de novas embalagens, que mesmo enfrentando a crise mundial, foi de 2% em 2011. Atualmente, com faturamento de R$ 1,2 bilhão, a reciclagem responde por mais de um terço de todo o faturamento da indústria do Pet no Brasil.
"Isso mostra que, apesar das dificuldades em relação à coleta seletiva, o trabalho da indústria, no sentido de gerar demanda para o Pet reciclado, contribui fortemente para o desenvolvimento da atividade", afirma o presidente da Abipet, Auri Marçon. "Além disso, coletamos, reciclamos e aplicamos o material reciclado em nosso próprio território. Não exportamos as embalagens pós-consumo, como fazem algumas nações desenvolvidas, que têm bons sistemas de coleta, mas enviam seus resíduos sólidos urbanos para serem reciclados em países em desenvolvimento", afirma.
Destinação - O mercado têxtil continua sendo o principal destino de todo o Pet reciclado no Brasil. O setor responde pelo uso de aproximadamente 40% de todo o material. O segundo lugar, com 18% cada um, é dividido entre os setores de embalagens e o de aplicações químicas. "A indústria têxtil continua sendo a grande aposta, mas nos chama a atenção o fantástico crescimento da utilização do Pet reciclado na fabricação de uma outra embalagem, o chamado bottle-to-bottle, que teve vários projetos lançados nos últimos dois anos", destaca Marçon.
O potencial de todos esses mercados é confirmado pelos 409 recicladores entrevistados. Desses, 42% afirmam que o setor têxtil continuará apresentando o maior crescimento na utilização do Pet reciclado. Para outros 33%, as embalagens de alimentos representam o segmento mais promissor para a reciclagem do Pet. A novidade é que 8% desses recicladores acreditam que as aplicações técnicas para o mercado automotivo ganharão destaque nos próximos anos.
Veículo: Diário do Comércio - MG