Empresa desenvolve projeto para reutilizar itens descartados e cacos como matéria-prima na produção de novas embalagens
A busca por qualidade, sabor, saúde, versatilidade, transparência e, claro, sustentabilidade, tem feito com que surja no Brasil e no mundo um movimento de defesa emprol da retomada das embalagens de vidro em grande escala na cadeia da indústria de alimentos. Esse apelo se dá ao observar que o vidro é umdos únicosmateriais capaz de ser reaproveitado 100% como matéria-prima no processo produtivo, segundo explica Mariana Ceruti, coordenadora de marketing para a América Latina da Owens-Illinois.
Partindo dessa premissa, Mariana conta que o projeto inicial da empresa - que éuma das principais fabricantes de embalagens de vidro no mercado mundial - até então focadoemuma campanha corporativa passou a ter uma abrangência maior com um apelo voltado à sustentabilidade. “Temos agora um movimento a favor do vidro intitulado de “Vidro é Vida”, já que embalagensdesse tipo não precisam ser descartadas, e quando são, podem causar sérios danos ao meio ambiente por serummaterial de difícil decomposição”, observa. Estudos indicam queumagarrafa desse material demora cerca de 1 milhão de anos para se decompor. “Além disso, temos outro ponto a favor dessa causa, que é o seu reúso. As pessoas não descartam o vidro facilmente, mas o utilizam de alguma forma dentro de casa”.
Mas para que o apelo ganhe força, a empresa está fazendo uma forte investida nas redes sociais, apontando ao público alguns dos benefícios mencionados e pedindo para que falem das boas experiências que têm com o uso dessa embalagem. “Já percebemos que o consumidor é totalmente a favor dessas embalagens, então precisamos agora que as empresas tenham essa percepção e troquem os antigos plásticos por vidros”, diz, explicando, por exemplo, que uma garrafa de vidro pode ser reutilizada por até 30 vezes no processo de reeducabilidade, sendo, que após essa cota, voltará como caco à indústria que a usará para a refabricação do produto.
Isso significa, de acordo com Mariana, que o custo contabilizado na compra de todas as matérias- primas utilizadas para compor o vidro, como areia, calcário e carbonato de sódio, é reduzido. “Os cacos de vidro por si só são capazes de fazer uma nova embalagem, sem precisar de misturas”, explica.
Mariana conta que a Owens-Illinois consegue utilizar entre 35% a 40% de caco reciclado para a fabricação de novas embalagens, completando o restante aindacommatérias- primas, enquanto que na Europa esse percentual é de 60%. “A nossa meta é ter cacos suficientes, capazes de atingir 100% da capacidade do forno no processo de fabricação de novas embalagens de garrafas”, diz.
Compromisso
Para que o objetivo da empresa seja atingido, há negociações, de acordo com Mariana, com companhias atuantes no setor de coleta seletiva e até órgãos do governo e prefeituras para que criem centrais de coletas voltadas exclusivamente para esse fim.
Quanto ao prazo para que o projeto saia do papel para o mercado, Mariana argumenta que ainda estão sendo avaliados os investimentos necessários. “Estimamos que tudo esteja concluído até 2014, prazo que entra em vigor a política nacional de resíduos sólidos”, diz. “A Owens-Illinois se compromete a comprar todas as ofertas de vidro que estiverem disponíveis no mercado”, garante.
Veículo: Brasil Econômico