O "plástico verde" pode ser usado em vários setores, como o de produção de embalagens para bebidas
Após anos de paralisação, a implantação de um complexo alcoolquímico em Santa Vitória (Triângulo Mineiro) deve se tornar realidade nos próximos dois anos. A multinacional norte-americana Dow Chemical e a trading japonesa Mitsui & Co pretendem concluir o projeto até abril de 2015. Estima-se que os investimentos para produzir o "plástico verde" deverão ser próximos de R$ 3 bilhões.
O novo cronograma foi apresentado pelas empresas ao Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). As companhias solicitaram a renovação da Licença de Instalação (LI) da planta no Triângulo Mineiro, uma vez que o licenciamento obtido em 2009 perderá a validade no próximo mês.
O complexo terá capacidade para produzir 350 mil toneladas/ano de polietileno (plástico), utilizando a cana-de-açúcar como insumo. O material, menos poluente, tem a mesma aplicação do plástico comum, que usa o petróleo como matéria-prima, permitindo sua utilização em vários segmentos, como, por exemplo, o de produção de embalagens para alimentos e bebidas.
Recentemente, as empresas, que pretendiam iniciar a produção em 2013, confirmaram que iriam adiar a produção do plástico. Porém, a nova data não foi revelada.
De acordo com relatório da Semad, o empreendimento será dividido em três fases. A primeira etapa compreende uma usina de álcool com capacidade de moagem de 3 milhões de toneladas/ano. A inauguração está prevista para abril de 2014. Conforme o documento, o empreendimento contará também com uma usina termelétrica, cuja capacidade não foi divulgada.
Já a instalação das unidades industriais que produzirão o etileno e o polietileno (plástico verde), que compreendem a segunda e a terceira fases do projeto, respectivamente, deve ser iniciada em 2014. De acordo com o relatório, em julho do próximo ano, os equipamentos começarão a ser montados.
Para abastecer a planta de polietileno serão produzidos no complexo 320 mil toneladas de etileno, insumo usado na fabricação do plástico verde. A empresa foi procurada, mas não comentou sobre o novo cronograma.
Demanda - O prefeito de Santa Vitória, Genésio Franco de Moraes Neto (PSDB), confirma que a previsão é de concluir o complexo em 2015. Porém, conforme ele, ainda é preciso suprir a futura demanda por cana-de-açúcar para fabricar o plástico.
Segundo ele, até o fim deste ano a empresa deverá contar com aproximadamente 30 mil hectares plantados. Mas para garantir as operações da unidade industrial os empreendedores poderão ter que dobrar o tamanho da área disponível.
O projeto da Dow Chemical foi anunciado em 2007. No ano seguinte, a empresa assinou o protocolo de intenções com o Estado. Na ocasião, os aportes seriam de R$ 2,435 bilhões. Os investimentos seriam feitos em parceria com Crystalserv, controlada pela brasileira Santelisa Vale.
Porém, em 2009, o grupo francês Louis Dreyfus, comprou a empresa nacional e desistiu do empreendimento. O projeto foi retomado em julho de 2011, quando a Mitsui se associou à norte-americana.
Ainda conforme a Semad, o pedido de renovação da LI do empreendimento será avaliado pelo Copam na próxima semana. O requerimento já recebeu parecer favorável da equipe interdisciplinar da Superintendência Regional de Regularização Ambiental (Supram) do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba e poderá ter o prazo prorrogado para mais dois anos.
Veículo: Diário do Comércio - MG