Nova certificação para o serviço garante melhoria na qualidade da aplicação de defensivos
Michele Valverde
O mercado cada vez mais exigente em relação à sustentabilidade no agronegócio brasileiro tem incentivado empresas especializadas em pulverizações aéreas a investir no aprimoramento do serviço. Uma das principais ações é a Certificação Agrícola Sustentável (CAS), programa iniciado em julho de 2013, que visa à melhoria das aplicações aéreas de defensivos, reduzindo riscos de danos ao meio ambiente. A participação no processo é voluntária, mas a tendência é que a CAS se torne um diferencial e seja massivamente adotado pelo setor.
Durante o Congresso Nacional de Aviação Agrícola, que teve início na quarta-feira e termina hoje em Foz do Iguaçu, foram entregues certificados, nível 1, para as 20 primeiras empresas inscritas no processo de obtenção da CAS. Dessas três prestam serviços a produtores de Minas Gerais. Em setembro, mais 15 receberão a certificação, das quais duas são mineiras e terão os nomes divulgados no período.
No Estado, o serviço é utilizado para a pulverização das culturas de soja, cana-de-açúcar, milho, café e florestas plantadas. A maior demanda está concentrada nas regiões de Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. A utilização do serviço é crescente, devido à agilidade, a eficácia e ao menor uso de mão de obra.
A CAS é um programa voluntário de certificação para empresas de aplicação aérea. O objetivo é melhorar a qualidade das aplicações aéreas de defensivos, reduzindo os riscos de danos ao meio ambiente. O projeto capacita e qualifica as empresas de aviação agrícola e os operadores aero agrícolas privados.
A certificação não é gratuita. preciso investir no programa. Para permanecer no nível 1, a taxa anual é de R$ 300 por empresa. No nível 2, o custo é de R$ 3 mil, valor anual, cobrindo o custo da participação no curso, e para o nível 3, o custo será de R$ 3 mil a cada dois anos.
O projeto é realizado pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), em parceria com a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) e o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), e coordenado pela FCA/Unesp-Botucatu, pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Para o coordenador do projeto, o professor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FCA/Unesp-Botucatu) Ulisses Rocha Antuniassi, os benefícios atingem toda a sociedade. "As empresas certificadas estarão aptas a uma aplicação bem feita e eficaz, mas mantendo os cuidados com o meio ambiente. Isso vai refletir lá na frente, em alimentos com maior qualidade. Quem ganha é a sociedade já que o processo de certificação obedece a altos padrões técnicos".
Etapas - As empresas participantes são certificadas em três níveis. Na primeira etapa são analisadas toda a documentação e os aspectos legais da operação. Trata-se de um processo para emissão de um "certificado de conformidade legal", cujo objetivo é atestar a conformidade do operador com a legislação e as normas vigentes.
Quem for aprovado na primeira etapa passa para a seguinte, onde pelo menos um representante da empresa passará por um curso de capacitação técnica - qualidade da aplicação e segurança ambiental. O objetivo é formar multiplicadores nas empresas.
Na última etapa, serão avaliadas as conformidade dos equipamentos de pulverização, das instalações e dos procedimentos, que deverão ser padronizados de acordo com o conteúdo do curso realizado na segunda etapa. A funcionalidade e a qualidade desses recursos materiais e dos serviços prestados serão inspecionadas em campo.
Veículo: Diário do Comércio - MG