Enquanto o antigo crediário era feito em salas apertadas, quentes e com filas enormes, o cartão de crédito hoje sai na hora. É o chamado cartão virtual, um número fornecido pelo banco para que o cliente pague a compra minutos depois de fazer o cadastro, mesmo sem ter o plástico em mão. "O objetivo é que o parceiro lojista não perca as vendas", disse Walter Malieni, diretor do Banco do Brasil.
Além da facilidade para o comprador, os plásticos se mostraram uma mina de ouro para os bancos, pois garantiu receitas da ordem de R$ 10 bilhões para os grandes neste ano entre janeiro e setembro.
A concorrência é desigual e está minando o crédito direto ao consumidor. Enquanto as vendas mensais no CDC não passam de R$ 1,5 bilhão, o estoque de pagamentos nas faturas do cartão chega a subir R$ 5 bilhões em meses de grande consumo, como maio e dezembro.
Como resultado, o volume em aberto nas faturas de cartão cresceu 33% em doze meses, atingindo quase R$ 60 bilhões, contra uma retração de 22% no estoque de CDC, que hoje representa menos de R$ 10 bilhões.
Para o lojista também há vantagens, afirma Claudio Fortuna, diretor da Dicico, varejista de material de construção. Em 2005, quando a companhia resolveu montar sua operação de cartão próprio, conseguiu negociar um contrato que lhe garantiu isenção da taxa de administração e ainda uma receita extra dos gastos dos clientes em outras lojas. "Fomos disputados por diversos bancos para fechar a parceria", diz.
Hoje, o cartão é visto como mais um produto na prateleira. "Temos mil vendedores na loja e todos são remunerados também pelos cartões que vendem". A rede ainda mantém as parcerias com a Caixa no crediário e com o PanAmericano para o CDC, mas o foco está nos plásticos. "Hoje, 15% das vendas parceladas são feitas com nosso cartão e devemos atingir 20% em pouco tempo", diz. (FT)
Veículo: Valor Econômico