Ação teve início na China e atingiu sede da empresa, nos EUA; dados do Gmail aparentemente não foram roubados
Deve crescer debate sobre segurança e privacidade em sistemas como o do Google, que centralizam dados de milhões de usuários
DO "NEW YORK TIMES"
Desde que o Google revelou, em janeiro, que invasores haviam roubado informações dos seus computadores, a natureza exata e a extensão do furto eram segredos bem guardados. Mas uma pessoa com conhecimento direto da investigação disse que as perdas incluem o sistema de senhas que controla o acesso de milhões de usuários em todo o mundo aos serviços da empresa, inclusive o e-mail.
O programa foi atacado em uma ação que durou menos de dois dias em dezembro de 2009, disse essa pessoa. O software foi programado para permitir que funcionários do Google e usuários possam usar sua senha uma única vez para ter acesso a uma série de serviços.
Os invasores aparentemente não roubaram senhas dos usuários do Gmail (o e-mail do Google), e a empresa rapidamente começou a fazer mudanças significativas na segurança. Mas o roubo deixa aberta a possibilidade, ainda que pequena, de invasores encontrarem fraquezas que o Google pode não ter noção de que existam, afirmam especialistas em computação.
As novas revelações provavelmente vão aumentar o debate sobre a segurança e a privacidade em enormes sistemas computacionais, como o do Google, que centralizam informações de milhões de empresas e usuários. Como um número enorme de informações digitais estão alocadas em um só lugar, uma única invasão pode levar a perdas desastrosas.
O roubo começou com uma mensagem instantânea enviada a um empregado do Google na China que estava usando o Messenger, da Microsoft, ainda de acordo com essa pessoa.
Ao clicar em um link e entrar em um site "infectado", o empregado inadvertidamente permitiu que os invasores ganhassem acesso ao computador dele e, logo após, aos computadores de um importante grupo de desenvolvedores de software na sede do Google, nos EUA.
Veículo: O Estado de São Paulo