Com a proximidade do fim da exclusividade entre operadoras e credenciadoras de cartão de crédito, as empresas do setor estão apresentando a comerciantes propostas de fidelização para a escolha de uma ou outra credenciadora. Com isso, o setor varejista teme que a concorrência para valer entre as companhias seja adiada em um ou dois anos.
"É algo semelhante ao que ocorreu na telefonia celular", comparou o presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, depois de apresentar o problema ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e ao diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), Ricardo Morishita.
A partir de 1º de julho, os lojistas poderão ter uma só maquininha (point of sale, ou PoS, em inglês) para passar cartões de diversas bandeiras. Até então, a Cielo (ex-VisaNet), por exemplo, só passava os cartões da Visa, e a Redecard, da MasterCard. Isso implica custos redobrados para os lojistas não só com o uso de linhas, mas também com o aluguel dos aparelhos. Mas a mudança não é tão simples assim, de acordo com o presidente da CNDL. De acordo com ele, as empresas do setor já começaram a se movimentar e a apresentar benefícios para o lojista que optar pelo seu equipamento. Enquanto os benefícios seriam reduções na taxa de desconto cobrada ou no prazo de recebimento, por exemplo, a contrapartida é manter-se ligado à empresa por um ou dois anos, a depender do contrato.
"Isso inibe a concorrência a médio prazo", considerou Pellizzaro.
Comerciantes foram até o Ministério da Justiça pressionar o governo a formalizar a regulamentação do setor. As empresas de cartão preparam um estatuto da área para que entre em vigor junto com o fim da exclusividade.
Veículo: DCI