Sistema será unificado em julho.
O setor varejista de Minas Gerais pode economizar até R$ 120 milhões ao ano com a unificação do sistema de pagamento dos cartões de crédito e débito. Em 1º de julho os estabelecimentos passarão a utilizar apenas uma máquina que unificará as transações. A estimativa é do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior.
Segundo ele, para as projeções foram levadas em consideração as reduções de encargos operacionais que a unificação deverá possibilitar. Levantamentos da entidade mostram que, atualmente, dependendo do porte da empresa os gastos com cartões podem consumir até 10% do faturamento. Entre as tarifas cobradas pelas operadoras estão a taxa de gestão, cobrada de acordo com cada segmento, que pode variar de 4% a 7%, a taxa de antecipação (em torno de 4%) e a taxa de locação das máquinas, equivalente a R$ 80 mensais para as fixas e R$ 130 para as móveis.
Exclusividade - Na opinião do presidente da CNDL, a medida vai contribuir para amenizar os efeitos do duopólio existente hoje no Brasil. De acordo com ele, a exclusividade das principais operadoras de cartão de crédito (Redecard e Cielo) prejudica não só consumidores e empresas, mas a economia nacional como um todo.
"Quando o sistema de pagamento de crédito foi instalado no país, a conjuntura era diferente. Até pouco tempo, o chamado dinheiro de plástico não representava tanto para as vendas do varejo. Mas com o advento tecnológico e o avanço da internet, o sistema eletrônico passou a receber grande parte dos pagamentos", explicou.
No entanto, Pellizzaro alerta que a medida, de forma isolada, não será suficiente para a regularização do setor. Conforme ele, além do fim do duopólio, é urgente a criação de um agente controlador para o segmento. "Estamos fazendo a nossa parte, adotando novas medidas, mas isso não descarta a necessidade de o Congresso Nacional legislar sobre o assunto. preciso estabelecer limites e responsabilidades", disse.
O presidente da CNDL ressaltou que a criação do sistema de terminais de pagamentos eletrônicos compartilhados vinha sendo discutida no âmbito do Banco Central e do Senado e será colocada em prática com o fim do contrato de exclusividade mútua entre Redecard e Cielo (esta última, ex-Visanet).
De acordo com o dirigente, a mudança não poderia acontecer em melhor momento, já que o país começa a se preparar para a realização de grandes eventos internacionais. "Vamos iniciar um ciclo turístico ao recebermos a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O Brasil precisa estar preparado. Se não fosse este processo, muitas bandeiras internacionais estariam impossibilitadas de operar no Brasil", justificou.
Conforme Pellizzaro, além da medida, ao longo de 2010, a CNDL realizará uma série de eventos nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 para discutir possíveis gargalos da segurança e comércio eletrônicos no país. Em Belo Horizonte, a reunião será realizada no dia 26 de agosto, no Minascentro, em parceria com a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG).
Veículo: Diário do Comércio - MG