Fim da exclusividade acirra competição no mercado de cartões

Leia em 2min 50s

Com as novas regras vigentes desde o início do mês, marcas regionais começam a ganhar espaço

 

O fim da exclusividade entre bandeiras e credenciadoras de cartões de crédito, no início deste mês, já começa a acirrar a concorrência entre as duas maiores empresas do setor (Cielo e Redecard) e abre um flanco para que concorrentes de menor porte comecem a alçar voos mais altos. A expectativa é de expansão de 16% nas movimentações das bandeiras de menor porte este ano. Mais do que o embate corpo a corpo, as líderes do setor perceberam que é preciso estar presentes em nichos pouco explorados. Por isso, essas credenciadoras têm anunciado que faz parte da estratégia de ampliar suas fatias no mercado abocanhar bandeiras regionais.

 

"O cenário é propício para as bandeiras regionais ganharem capilaridade", explica o presidente da Cielo e diretor da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Rômulo Dias. Antes da unificação das maquininhas, a penetração das bandeiras locais no mercado era praticamente impossível, segundo ele.

 

As bandeiras regionais de cartão de crédito avaliam que o mercado está mais aberto, mas sabem que não se trata de um avanço automático. "O cenário de mudança é o primeiro passo", avalia o diretor técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto do Santos. Dados da Consultoria Boanerges e Cia revelam que atualmente existem 77 bandeiras deste tipo no mercado e, no ano passado, esse conjunto de empresas foi responsável pela circulação de 36,3 milhões de cartões. O faturamento foi de R$ 25,6 bilhões em 2009 e a expectativa da consultoria é o de que atinja R$ 29 bilhões este ano.

 

O volume ainda é bastante inferior aos R$ 444 bilhões apurados pela Abecs em todo o mercado no passado, mas, em termos absolutos, não pode ser desprezado.

 

A concentração é algo que também marca o perfil das bandeiras menores.

 

Apenas neste segmento, 86% do mercado está nas mãos de 10 marcas. Algumas já foram "fisgadas" pelas gigantes do setor. Na semana passada, a Cielo anunciou acordo com a Sorocred e com a Aura. Na segunda, a Redecard fechou parceria com a Coopercred.

 

Santos, do Sebrae, lembra que o principal interesse nos acordos por parte das bandeiras regionais é a redução dos custos trazidos com as parcerias. "Além disso, os cartões usados atualmente em um só local do País poderão ser moeda em outros também", diz . Um exemplo é o do Cartão CredMalahas Shop, de Monte Sião (MG). A bandeira regional surgiu para desenvolver o comércio local, de malhas de lã. Com circulação restrita, financia os cooperados e funcionários das malharias. Inicialmente, apenas da cidade, mas agora já nos municípios vizinhos. Uma característica comum das bandeiras regionais, de acordo com o diretor do Sebrae, é a de que o custo chega a ser o até 70% menor do que o das grandes e, geralmente, não contam com taxas de anuidade. No caso do CredMalhas, criada em 2006, já são 1,7 mil associados, com 24 mil transações por ano. O volume médio mensal de vendas é de R$ 80 mil a R$ 100 mil. Os lojistas podem agora usar o mesmo cartão para compras com o fornecedor em São Paulo.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Comércio on-line cresce e dá força ao pagamento eletrônico

Pequenas e microlojas responderam por 20% da receita de R$ 10,6 bilhões do setor em 2009   O dia 31 de mai...

Veja mais
Briga entre Cielo e Redecard já rende descontos aos lojistas

O aumento da competição entre a Cielo e a Redecard, autorizada desde 1° de julho, já está...

Veja mais
Mercado Eletrônico compra Captiva e amplia serviços B2B

O Mercado Eletrônico, um dos maiores em transações comerciais business-to-business (B2B) do Pa&iacut...

Veja mais
Sistema reconhece legumes e frutas

Identificador, desenvolvido na Unicamp, utiliza técnicas de inteligência artificial   O uso de c&oac...

Veja mais
Brasil vai responder por 45% do comércio eletrônico na AL

O comércio eletrônico da América Latina e Caribe deve movimentar US$ 69,7 bilhões em 2011. Ap...

Veja mais
Varejo alavanca gigantes de tecnologia

Antigos polos de pirataria, como a Rua Santa Ifigênia, em São Paulo, e o Infocentro, no Rio de Janeiro, com...

Veja mais
Brasil tem o maior mercado 'on-line' da AL

O comércio eletrônico (e-commerce) da América Latina e Caribe deve movimentar próximo a U$ 70...

Veja mais
Mercados entram na era digital

Rede Pão de Açúcar aposta em novas tecnologias para se diferenciar no setor e agilizar as compras ...

Veja mais
Cielo e Redecard já são certificadas pelo PCI Council

A Cielo investiu cerca de R$ 30 milhões para se adaptar às normas do conselho e recebeu sua certifica&cced...

Veja mais