Credicard prevê que terá mais 300 mil cartões

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De olho em clientes cuja renda é de mais de R$ 3 mil, a Credicard, administradora de cartão de crédito do Citibank, fechou parceria de exclusividade com a Visa e deve emitir, a partir de hoje, o cartão Credicard Exclusive. A meta do grupo é colocar 300 mil cartões na rua em um ano. "Isto é mole para nós", brincou o presidente da Credicard, Leonel Andrade.

 

De acordo com o presidente, os novos produtos fazem parte das comemorações de 40 anos da marca. "Crescemos 24% em volume de transações, ante 18% do mercado de cartão de crédito."

 

Além disso, a Credicard deverá encerrar o ano com 7 milhões de cartões emitidos, ante 6 milhões do ano passado - uma média de 100 mil novos cartões por mês. Deste total, 'apenas' 500 mil são da bandeira Diners Club; 600 mil, da Citi, e o restante é Credicard. "Trabalhamos tanto em alianças estratégicas como para renda acima de R$ 500."

 

Andrade ressalta que o produto, destinado para a classe A e B, será embandeirado com exclusividade de 6 meses pela Visa. O programa vale também para a versão platinum, para qual a renda é de R$ 7 mil. "A maior vantagem do produto está no programa de incentivo, que permite que cada dólar gasto seja transformado em até quatro pontos. Além disso, o ponto pode ser utilizado para aquisição de automóveis, e seguro, entre outros", ressaltou.

 

Bem-humorado, o executivo brincou: "Ultimamente o dólar está vantajoso para o cliente".

 

O programa de incentivo do cartão terá duas categorias- uma com a proporção de 1,5 ponto para cada dólar gasto, e uma na razão 2 pontos por dólar. Em ambas as categorias, o cliente tem a opção de acionar o 'turbinador de pontos', duplicando a pontuação para cada dólar gasto. Para ativar o serviço, o cliente terá de desembolsar uma taxa de 4% sobre o valor da fatura. Ao todo, a Credicard deverá investir R$ 40 milhões para divulgar o produto. As peças publicitárias deverão circular em redes sociais.

 

Classe C

 

O presidente da Credicard calculou que dos 7 milhões de cartões emitidos, cerca de 4 milhões deve ser voltado para classe C e rendas inferiores. "Temos 2,5 milhões de cartões com renda inferior a mil reais."

 

Quanto à possibilidade de embandeirar cartões Elo (voltados para este público), Andrade destaca que ainda não existe discussão com o grupo controlador. "Até hoje, que fique claro, não houve nenhuma conversa para emitir cartões Elo. Acho que eles não estão conversando com ninguém. Talvez entre os próprios acionistas haja alguma discussão, mas não posso afirmar isto", disse.

 

Andrade ressalta que existe um movimento socioeconômico evidente no País e que o grupo o reconhece. "Não é sem propósito que o mundo todo investe aqui. Temos capacidade de consumo interno e ascensão social, e quase 200 milhões de habitantes."

 

No lançamento do Plano Real, ressaltou, os consumidores adquiriram bens como eletrodomésticos. "Era uma demanda reprimida naquela década. Depois a telefonia celular explodiu. Agora temos o turismo como necessidade. Isto justifica nossas ações, principalmente com o público jovem de classe média alta."

 

Outra novidade, para ele, é que a mobilidade social trouxe um consumo com melhor qualidade de crédito. "A renda melhorou e temos confiança das pessoas em se manter empregadas. Se fosse ruim puxariam o freio. As classes C e D apresentam maior renda familiar também."

 

Na opinião de Leonel Andrade, o Brasil não deve sofrer com explosão dos índices de inadimplência. "Claro que os índices devem subir, pois existe o efeito sazonal das festas de fim de ano e um afrouxamento de início de ano com as contas. Temos emprego e renda, que é o principal fator. As perspectivas são boas."

 

Para o executivo, a educação financeira do brasileiro é melhor e por isto a inadimplência é menor. "Temos maior exposição, mais uso e educação financeira."

 

Adquirência

 

Com o final da exclusividade entre Cielo e Visa, o mercado de adquirência se ampliou para mais bandeiras. Outra exclusividade que deve chegar ao fim, segundo Leonel Andrade, é entre a Redecard com a bandeira Diners Club. "Até o final do primeiro trimestre deveremos negociar com todos os adquirentes que quiserem. Obviamente o primeiro a aceitar é o concorrente. Não tem mais exclusividade."

 

Em sua avaliação, o final da exclusividade fortalece o mercado, tanto para o comércio como para o consumidor. "O primeiro benefício é para o comerciante, pois não há dúvidas de que mais empresas entrarão no País. É um mercado atrativo e global. No Brasil a penetração dos cartões é muito forte, por conta da interiorização dos bancos", destacou ele.

 

A emissora de cartões deve fazer ações para reposicionar as marcas Diners e Citi. "A marca Citi deve continuar com a exclusividade com a American Airlines, embora o contrato deva ser revisto. O turbinador de milhas deve ser agregado também."

 

Andrade diz que o público que se utiliza dos serviços da empresa de aviação é muito específico. "A empresa leva principalmente executivos que vivem na rota de empresas multinacionais. O Citi é produto antigo e bem-sucedido, devemos manter o foco nele."

 


Veículo: DCI


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