Agora já não é mais piloto e é pelas mãos de MasterCard, Itaú, Vivo e Redecard que o "mobile payment", de pagamentos via celular, ensaia ganhar alguma escala no mercado brasileiro. O país foi escolhido como o primeiro mercado a usar a tecnologia, desenvolvida mundialmente pela MasterCard, em que será o cliente que vai iniciar a operação de crédito, débito ou recarga de celular. Na união de forças há uma base potencial de clientes de 58 milhões pelo lado da Vivo e de 40 milhões de cartões pelo Itaú.
O serviço começará a ser testado em São José dos Campos, interior de São Paulo, no início do ano que vem. Enquanto a Redecard já trabalha no credenciamento de mil estabelecimentos comerciais, a Vivo vai habilitar, com um novo chip, 30 mil clientes da base cruzada com o Itaú. Na largada, não haverá tarifação para quem usar o pagamento móvel, mas quando a operação ganhar escala comercial, a ideia é é remunerar toda a cadeia pelo pedaço do negócio que lhe cabe: a Vivo pela venda de chips, a Redecard pelo lado de adquirente, cobrando aluguel pelos celulares fornecidos, e o emissor pela transação móvel utilizada.
A tecnologia, segundo o presidente da MasterCard, Gilberto Caldart, é aberta o que, em tese, pode ser estendida para outras operadoras de telefonia móvel, emissores e até outros adquirentes. Só que, paralelamente, a Cielo, após a aquisição do controle da M4U, e da associação com a Oi Paggo, também desenvolve um produto que pretende unir as funcionalidades do cartão de crédito e do celular, trazendo para o país o Visa Mobile Pay.
As iniciativas diversas, segundo Fernando Teles, diretor da área de cartões do Itaú, não inviabilizam um modelo universalizado de "mobile payment" no Brasil, porque Visa e MasterCard operam, mundialmente, no mesmo circuito de transações integradas, conforme o padrão EMV para cartões de pagamento. Isso permitirá que, no futuro, mesmo com dois sistemas coexistindo, eles se conversem.
Veículo: Valor Econômico