Aumenta disputa na venda on-line de material escolar

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Ponto Frio entra no segmento e rivais apostam na parceria com colégios


Ao lado dos móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, a varejista Ponto Frio começou esta semana a oferecer livros didáticos pela internet. A categoria, segundo o diretor de marketing do site, Vicente Rezende, é uma extensão natural do novo nicho disputado pela rede desde setembro, os e-books (livros digitais), no qual conta com 210 títulos. "Tivemos um bom retorno na venda de e-books e decidimos expandir", diz Rezende, que oferece parcelamento de até 15 vezes sem juros no cartão da rede. Ou seja, pagar os livros do ano letivo corrente até o início do seguinte.

 

Para incentivar os pais a comprar material escolar pela rede e assim evitar lojas lotadas e filhos rebeldes, que desejam dar a palavra final nos itens de papelaria, as varejistas se esmeram em oferecer condições de pagamento mais vantajosas na internet do que em suas lojas físicas. Frete grátis, acervo maior e lista completa do colégio do filho são as regalias mais comuns nos endereços eletrônicos. O esforço tem surtido efeito.

 

"Desde 1º de dezembro até hoje, nossa venda de livros pela web cresceu 52% em relação ao mesmo período de 2010", diz Marcílio Pousada, diretor superintendente da Livraria Saraiva. Nas lojas físicas, a venda de livros nesses 50 dias aumentou 40%. Na venda on-line, é possível comprar em até 12 vezes sem juros com cartão de crédito, condição que, na loja física, só é possível no cartão da rede. Hoje, a internet representa 36% das vendas totais da livraria.

 

A Saraiva mantém parcerias com mais de 400 colégios em 14 Estados e no Distrito Federal. "Mantemos contato com as instituições durante todo o ano, que direcionam as nossas compras com as editoras", diz Pousada, que não teme a nova concorrência de pesos pesados do varejo on-line. "Preço não diz muito nesse segmento [de livro didático], porque as editoras já trabalham com margens apertadas e é difícil dar descontos", diz. "O que vale mais é o acervo, temos 2 milhões de títulos, 1,6 milhão deles só de didáticos", afirma.

 

Décio Franchini, diretor financeiro da rede Livro Fácil, concorda que o tamanho do acervo é decisivo. "Nenhum pai quer comprar livro 'picado', encontrando um título de cada vez", diz ele, que vende kits prontos dentro de oito colégios na capital paulista, onde mantém lojas, e em um ponto de venda independente. "Mas é possível sim dar descontos quando se tem um bom volume", afirma. No caso da Livro Fácil, há desconto de 10% na compra à vista. O parcelamento acontece em seis vezes sem juros.

 

A rede mantém acordos com cerca de 100 colégios, inclusive do interior de São Paulo. Este ano, está incrementando a operação on-line. "Espero que a internet represente 25% do nosso faturamento", diz Franchini, sem dar valores.

 

Já a Fnac oferece compras parceladas em até 12 vezes a partir de R$ 30 no site. Na loja física, o valor mínimo é de R$ 50. Segundo Fábio Pereira, diretor da Fnac.com, a venda de livros didáticos e paradidáticos cresceu entre 25% e 30% em 2010. "Na loja física, esse aumento ficou entre 15% e 20%", diz. Hoje, a venda de livros feita pelo site equivale a 17% do volume total. "Temos preços mais agressivos, com descontos que podem chegar a 30%", diz. A explicação: a concorrência na web é maior que nas lojas físicas.

 

No ano passado, a venda de livros pela rede movimentou cerca de R$ 330 milhões, segundo informou ao Valor a consultoria e-Bit.

 


Veículo: Valor Econômico


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