O mercado de compras coletivas - modalidade de e-commerce que tem como objetivo vender produtos e serviços para um número mínimo preestabelecido de consumidores por oferta - está em plena expansão no Brasil.
Atualmente, estima-se que mais de 500 sites de compras coletivas estejam em operação no país, número que poderá saltar em 2011. Conforme representantes dos portais, apesar de recente, o segmento é promissor pois beneficia tanto os estabelecimentos como os consumidores.
O Peixe Urbano (www.peixeurbano.com), considerado pioneiro e líder em compras coletivas no Brasil, lançou a primeira oferta em março de 2010, no Rio de Janeiro. O negócio, que começou com cinco funcionários, hoje reúne 300 pessoas e ainda há 50 vagas a ser preenchidas. Na avaliação da diretora Letícia Leite, inicialmente, o modelo de negócios não era conhecido pelos brasileiros, sendo extremamente difícil contatar estabelecimentos e atrair os clientes.
"Com o tempo, foi possível mostrar que o negócio era benéfico ao estabelecimento e também ao consumidor. Os descontos para o cliente estão entre 50% e 90% em serviços que incluem restaurantes, salão de beleza, spas, teatros, bares, cursos, entre outros. As compras coletivas facilitam o acesso das pessoas a lugares antes desconhecidos e divulga o estabelecimento sem custo adicional", explicou.
De acordo com a diretora, o Peixe Urbano está presente em 34 cidades brasileiras, sendo o Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre as primeiras onde o site começou a disponibilizar as ofertas. Em Minas Gerais, além da Capital, serviços também são oferecidos em Uberlândia e Juiz de Fora. As próximas cidades a serem contempladas no Estado serão Contagem e Uberaba.
Ainda segundo Letícia Leite, geralmente a oferta fica no ar entre 24 horas e 72 horas. "No final desse prazo, caso tenha sido vendida a quantidade necessária de cupons, as compras são aprovadas. Do total negociado, 50% são enviados ao estabelecimento e 50% são direcionados ao site. O repasse é realizado em até 60 dias. O modelo de negócios também contribui para o fluxo de caixa da empresa parceira", avaliou.
Ao todo, o Peixe Urbano reúne 5 milhões de usuários cadastrados; 250 mil fãs no Facebook - maior volume de uma empresa brasileira - e 80 mil seguidores no Twitter, com 20 milhões de visitas por mês. Já foram economizados R$ 120 milhões pelos usuários do site, com 3 mil ofertas e 2 milhões de cupons vendidos.
Modelo americano - Já o Imperdível (www.imperdivel.com.br) entrou no ar em maio do ano passado. Conforme um dos sócios do site, Paulo Veras, a ideia teve como base o modelo de negócio criado nos Estados Unidos, que lançou o primeiro site do gênero em novembro de 2008. "O modelo é promissor para a empresa parceira, que pode divulgar o estabelecimento sem onerar o orçamento doméstico. Por outro lado, o consumidor passa a conhecer bons lugares tendo descontos de até 90%", explicou.
O número de pessoas que acessam o portal, segundo o empresário, cresceu em todos os meses de 2010 e atingiu 1,3 milhão em dezembro.
Atualmente, o Imperdível já está em 31 cidades e no Estado atende Belo Horizonte, Uberlândia e Juiz de Fora. "O próximo passo é chegar ao Vale do Aço", revelou Veras.
Ainda de acordo com ele, entre 500 e 600 ofertas são disponibilizadas mensalmente. A receita gerada com as vendas é dividida igualmente entre o site e o estabelecimento. Ele ressaltou que o montante é repassado assim que a oferta é encerrada, o que contribui para que a empresa parceira tenha capital de giro e possa investir no próprio negócio.
Para driblar a concorrência ele aposta no posicionamento voltado para as classes A e B. "Como existem muitos sites de compras coletivas espalhados pelo Brasil, é preciso ter estratégias para atrair o consumidor. A ideia do nosso site é atender um público qualificado que utilize o cupom para conhecer um estabelecimento e, assim, tenha a intenção de retornar", avaliou.
Ele destacou que o sucesso das parcerias está nos resultados alcançados. "O atendimento ao consumidor, por exemplo, faz toda a diferença. Já tivemos casos de insatisfação em que devolvemos o dinheiro e conversamos com o fornecedor sobre o problema. Queremos disponibilizar o que há de melhor no mercado", afirmou.
Veículo: Diário do Comércio - MG