Unificação de máquina de cartões reduz custo

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A unificação das máquinas de cartão de crédito baixou as despesas das lojas

 

Pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) mostra que, um ano depois da unificação das máquinas de cartão de crédito, 64,29% dos lojistas da Capital tiveram redução de custos. A economia dos empresários veio da diminuição do número de máquinas utilizadas e dos descontos conseguidos junto às operadoras. Em função da quedas nos custos, 95,08% dos comerciantes se dizem satisfeitos com a mudança e 75,86% optaram por passar a trabalhar com apenas uma operadora.

 

Os comerciantes que tiveram redução somente no preço pago mensalmente pela máquina somam 12,5% do total, enquanto 3,57% economizaram somente com a taxa de administração. Já 19,64% afirmam que não tiveram redução algum nos custos. "Para usar cada uma das máquinas, o lojista paga, em média, R$ 110,00. Além disso, ele arca com a taxa de administração cobrada pelas empresas, em média, 5,5% ao mês", explica o vice-presidente de Relações Institucionais da CDL-BH, Marcelo de Souza Silva.

 

Os recursos economizados com as máquinas de cartão de crédito, de acordo com a pesquisa, serão destinados por 18,03% dos lojistas para o aumento de estoques, já 15,25% afirmam que vão atualizar equipamento, investir na revitalização da loja ou no pagamento de impostos. Outros (13,41%) vão aproveitar a sobra em ações de marketing e divulgação; 8% na formação de capital de giro, 4,92% vão repassar os descontos para seus produtos e 1,64% na capacitação de funcionários. Os que ainda não sabem onde aplicar a economia somam 38,75%.

 

Depois da unificação, 47,31% dos comerciantes optaram por trabalhar com o Visa, enquanto 32,25% foram para o Mastercard/Credicard e 15,06% ficaram com a Redecard. Outros cartões têm participação menor no mercado. O American Express responde por 3,22% do total, já o Hipercard e o Santander Getnet ficam com 1,08% cada.

 

Reclamações - Embora satisfeitos com a mudança, os comerciantes de Belo Horizonte reclamam do alto custo da utilização dos cartões. "Apesar de toda a facilidade e da garantia do recebimento, trabalhar com o cartão de crédito no Brasil é muito caro", pondera Marcelo de Souza. Mesmo o cartão de débito, que leva de dois a três dias para entrar na conta do lojista e cobra taxa de 2,5% ao mês em média, também não é barato, ressalta Souza.

 

"O comércio não é contra o cartão de crédito. Ao contrário, ele é muito importante para nossa atividade. Somos contra esse modelo que, em vez de privilegiar a produção, privilegia o sistema financeiro", afirma. Na comparação com outros países, o alto custo dos cartões no Brasil fica mais evidente.

 

Segundo Marcelo Souza, nos Estados Unidos e na Europa as taxas de administração giram em torno de 2% ao mês, enquanto o prazo de recebimento é de três dias. Na Argentina o comerciante leva no máximo sete dias para ter o dinheiro em conta. E na média mundial o aluguel das máquinas fica em R$ 70,00 mensais, 37% menos que no Brasil.

 

Tão grave quanto esta situação, ressalta o dirigente, são os juros cobrados do consumidor, que variam de 10% a 15% ao mês, enquanto o acumulado da inflação até o mês de maio foi de 3,71%. E no Brasil a indústria do setor de cartões tem um alto grau de concentração. Cielo e Redecard, juntas, dominam mais de 90% dos cartões ativos (de crédito e débito).

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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