O mercado de compras coletivas já teve seu período de rápida expansão no ano passado, quando algumas empresas voltadas a esse tipo de negócio apresentavam crescimento de ao menos 50% ao mês. Mas para os executivos das empresas do setor esse fenômeno não foi apenas uma febre, como garante o presidente da empresa Click On, Marcelo Macedo, que atua no ramo de comércio eletrônico (e-commerce). Ele projeta expansão da empresa entre 5% e 10% em 2011. Já Ivan Martinho, sócio do Clube do Desconto, é mais otimista, e fala em crescimento de 110% neste ano.
Para Martinho, é impossível o setor manter números de crescimento "irreais" como os do ano passado. "Mas uma expansão de 50% ao ano, como projetamos para o setor a partir de agora, também é um fenômeno. Qual empresa que acumula metade da sua operação em um ano?" pergunta, após seminário na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio). O executivo espera ver no final de 2011 elevação no número de usuários cadastrados, de cupons vendidos, de funcionários contratados e faturamento.
Macedo, do ClickOn, minimiza a desaceleração do setor em relação ao ano passado, quando as primeiras empresas deste sistema de negócio chegaram ao País, e prefere destacar os números absolutos das vendas. Segundo ele, o crescimento "vertiginoso" apresentado no primeiro semestre de 2010 equivalia a um montante de R$ 4 milhões de cupons vendidos. Hoje, com crescimento percentual de até 10%, as vendas, afirma, alcançam R$ 15 milhões "No ano que vem devemos crescer cerca de 40%, acima do desempenho do e-commerce em geral, que deverá ser de25%."
Para o presidente do ClickOn, as compras coletivas terão um novo patamar acelerado de crescimento quando houver reforço da estratégia voltada para o comércio efetivado por meio de celulares, com promoções instantâneas e mais próximas ao usuário "Teremos um novo crescimento quando o dispositivo móvel estiver também com o fornecedor do produto. O dono da padaria da esquina, por exemplo, poderá anunciar a oferta de desconto de 50% em um suco para o usuário que, naquela mesma hora, estiver a poucos metros", explica.
O aumento do uso da Internet tem mudado o conceito de compras, e e-commerce se confirma como um dos sólidos pilares do varejo no País. Pedro Guasti recorre ao termo usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando perguntado sobre os efeitos da crise de 2008 na economia brasileira. "Se a crise significar aumento do nível de desemprego no País isso pode afetar o setor. Mas como o e-commerce tem apresentado números diferenciados, mesmo que haja efeitos a crise poderá ser considerada uma marolinha."
Veículo: DCI