Mais tecnologia na etiqueta do varejo

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Empresa caxiense aposta na otimização de caixas com novo sistema de radiofrequência de aplicação nas redes do comércio


O cenário ensolarado e florido de Caxias do Sul (RS) é o convite ideal para um passeio matinal. O desfrute da paisagem, no entanto, não está na agenda de um dos executivos mais importantes da cidade. Nelço Tesser, presidente da NL Suporte à Gestão, levanta religiosamente às 6h30 e caminha. Mas inicia as atividades do dia na sua esteira, embalado por filmes de ação. “São os que me deixam mais disposto para a atividade”, comenta o executivo de 56 anos. O exercício dura uma hora e logo a agenda do dia se faz presente.

Atualmente, o executivo empenha- se em apresentar para o mundo sua nova solução em tecnologia para estabelecimentos comerciais. A identificação por radiofrequência, ou RFID, passa a integrar o NL Gestão, principal produto da empresa no atendimento a empresas de comércio e varejo.

Por princípio, o RFID não é um elemento novo. Já presente no agronegócio no formato de uma espécie de brinco para monitoramento do gado, a tecnologia é transposta para o varejo na forma de uma etiqueta que guarda e emite informações sobre o produto em questão.

Novidade, no entanto, é a possibilidade de aplicação desse sistema no varejo nacional. “Nós desenvolvemos todo o sistema que possibilita essa utilização a um preço acessível”, comenta Tesser. Para uma loja com entre 10 e 12 funcionários, a instalação do sistema — excluindo os valores referentes à antena receptora e às próprias etiquetas — fica em torno de R$ 150 mil.

No momento, a empresa procura um cliente que encare o projeto piloto. As negociações com uma rede varejista já atendida pela NL estão em andamento, mas ainda não há nada de concreto. “O custo das etiquetas ainda é muito alto e torna a viabilização desse projeto um pouco difícil”, explica Tesser.

O objetivo maior é a otimização. Com uma antena posicionada estrategicamente em cada caixa, todos os produtos e o saldo de cada compra seriam contabilizados instantaneamente, oferecendo redução das filas.

A economia de mão de obra e a redução das possibilidades de erro humano na contabilização dos produtos também são diferenciais. “Isso para não falar do ganho de tempo no cadastro de estoques se, por exemplo, esses produtos já saíssem de fábrica devidamente etiquetados.”

Atualmente, Tesser mantém uma loja modelo dentro de sua empresa, construída com um aporte de R$ 400 mil da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa de fomento à inovação vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

“Nós temos um trabalho intenso na área de pesquisa para identificar tendências e desenvolver ferramentas de que o mercado vá precisar”, avalia. Atualmente seis gerentes, os dois diretores e três desenvolvedores em Tecnologia da Informação se dedicam à pesquisa de tendências.

Prestígio

A NL desfruta da posição de referência em Caxias do Sul quando o assunto é tecnologia e inovação. Não só pela iniciativa empreendedora, mas por seu presidente, personalidade atuante na economia local. De 1999 a 2001, Tesser foi presidente da Câmara de Indústria Comércio e Serviços de Caxias do Sul.

Entre uma visita a umcliente e uma reunião da empresa, o executivo viaja pelo interior do Rio Grande do Sul. Atualmente, acumula às funções na empresa com a vice-presidência da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul). “Pretendo deixar esse posto em breve, é muito desgastante.”

Apesar de todas as atribuições de caráter público, o caminho da política não parece tão óbvio para o executivo. “Nem com banda de música eu entro na política”, brinca. Tesser afirma que essa foi condição sine qua non estabelecida por sua sócia Lurdes Manosso para que a parceria tivesse vida longa.

 
Veículo: Brasil Econômico


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