Lojas evitam calote com o incentivo ao uso do cartão

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O otimismo com o bom momento vivido pela economia brasileira e a chegada da classe C ao consumo trazem consigo a ameaça de inadimplência, que, segundo dados do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), chegou a 4% em outubro. Para evitar que o calote aumente, principalmente na época do Natal, muitos empresários têm incentivado o uso dos cartões, tanto de crédito quanto de débito, que vêm substituindo gradativamente os cheques.

No mês passado, segundo dados da entidade, 70% das vendas na Capital foram feitas a prazo. Dessas, 68% foram pagas com o "dinheiro de plástico", 14% em cheques, 8% com cartões da própria loja e 10% por meio de boleto bancário. Dos negócios realizados via cartão, 83% foram divididos entre três e seis parcelas.

Para o gerente de vendas da Praça Sete Calçados, Manoel Reis, a inadimplência é uma ameaça que já não assusta. "Hoje, 90% das nossas vendas são feitas com cartão de crédito. Mesmo com as taxas cobradas pelas administradoras e os prazos, vale a pena, pois em caso de não pagamento o problema não chega à loja", avalia. A empresa está há 53 anos no mercado de Belo Horizonte.

A utilização do "dinheiro de plástico" não é uma preferência apenas dos comerciantes, mas também dos consumidores que estão abandonando o uso do cheque. Segundo a gerente comercial da loja de roupas femininas Najara Indira, Silvana Soares Magalhães, são cada vez mais raros os clientes que fazem a opção pelo pagamento em cheque.

"Mais de 90% do nosso faturamento se deve ao cartão. Hoje, os consumidores preferem esta forma de pagamento por a considerarem mais segura", diz ela. Para evitar aborrecimentos, os funcionários são orientados a checar os dados dos consumidores nos serviços de proteção ao crédito. A Najara Indira está no mercado há 15 anos.

A verificação dos dados cadastrais dos clientes e o incentivo ao uso do cartão de crédito ou débito também são as estratégias adotadas pela tradicional Enxovais Monte Santo para afastar a inadimplência. A rede, que atua no setor há 20 anos e possui sete lojas em Belo Horizonte, parcela as compras pagas com a modalidade em até 10 vezes. O que não acontece quando a venda é realizada através de cheque. Segundo a gerente da unidade Savassi, Lúcia Lopes, essas ações têm dado bons resultados. "Não dividimos compras pagas em cheque. E quando é um valor muito grande só fazemos a entrega após a compensação", explica.

Na avaliação do vice-presidente do Sindilojas, Paulo Cançado, os comerciantes devem estar sempre atentos à estas regras básicas, e os cuidados devem ser redrobrados na época do Natal. " preciso ficar atento também ao comportamento do consumidor. Desconfiar de quem quer concretizar a compra com muita rapidez, sem se preocupar em verificar prazos ou a qualidade do produto, e faz questão de pagar em cheque. Além de vender, é preciso receber. Esperamos um crescimento de vendas de 10% neste Natal em relação ao ano passado e queremos que isso resulte em tranqüilidade e lucro para todos", finaliza.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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