Máquinas de vendas automáticas movimentam mais de R$ 600 milhões

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Há 15 anos no varejo brasileiro, esses equipamentos, mais conhecidos como vending machines ainda têm muito que crescer, estima a Associação Brasileira de Vendas Automáticas (Abva). Segmento chegou ao Brasil em 1996, importado dos Estados Unidos, e com o advento do calendário esportivo, com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, projeção é o setor disparar no País.

Com crescimento previsto de 10% a 14% este ano, o setor de máquinas automáticas (vending machines), as que comercializam de café espresso a livros, mostra-se aquecido, e no ano passado faturou uma cifra expressiva, cerca de R$ 600 milhões no País. O Brasil conta com cerca de 60 empresas em atuação no segmento, que até o presente momento está restrito a produtos alimentícios e é mais recente na venda de livros. As máquinas em operação encontram-se instaladas em sua grande maioria dentro de empresas e lugares de grande circulação de pessoas, como estações de metrô e instituições de ensino.

Segundo a Associação Brasileira de Vendas Automáticas (Abva), a tendência de mercado existe desde 1996 no Brasil, e foi importada dos Estados Unidos. Lá, atualmente há 7 milhões dessas máquinas, o equivalente a uma vending machine para cada 43 habitantes, com faturamento anual com a venda de bebidas quentes, snacks, refrigerantes, cigarros, e produtos higiênicos, entre outros, chega a US$ 36 bilhões ao ano, o que significa 3,5% do total do varejo de alimentos dos EUA. Para o presidente de associação, Yves Dalton, o segmento facilita -e pode-se até dizer terceiriza- o serviço de copa nas empresas. "Para não ter gastos com funcionários e compra de produtos, as empresas oferecem aos funcionários máquinas que consigam suprir necessidades básicas, como um copo de café e um lanche rápido", diz.

Ainda segundo o presidente da Abva, mesmo há 15 anos no varejo brasileiro, as máquinas de venda expressa ainda têm muito que crescer para conseguir atingir o patamar das do mercado internacional. "Mesmo tendo copiado os modelos norte-americano e europeu de serviços expressos, que foram muito bem aceitos no Brasil, ainda temos um mercado pujante", afirma Dalton, que enfatiza: "A crise mundial que assola muitos países fez do Brasil um bom player para atuação, pois vivemos um momento atípico dos demais, o que faz com que as empresas de vending machines queiram investir no nosso país".


Calendário esportivo

Para os próximos anos, a tendência é que haja uma maior variedade de produtos oferecidos nessas máquinas. Ao invés de vender apenas alimentos, será possível encontrar produtos higiênicos, cosméticos, sapatos e até insumos eletrônicos, como chips de celular, pen drives e afins. Os locais em que estas máquinas estarão presentes também serão maiores e, segundo Yves Dalton, isso ocorrerá devido aos eventos esportivos que o Brasil sediará nos próximos anos, como a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, no Rio de Janeiro, em 2016. "Com a proximidade destes eventos esportivos, as máquinas de venda expressa serão vistas em maior número em aeroportos, metrôs, dentro dos estádios e em locais em que haja necessidade deste tipo de serviço."

Inovação

Comprovando o potencial do mercado, a Susten Trading importou da Noruega o sistema de reverse vending machine, um equipamento coletor de resíduos. Ao invés de o consumidor comprar algo em uma máquina, recebe benefícios por reciclar. A inovação partiu dos empresários Thiago Von Gal e Felipe Kurc, que no começo deste ano apresentaram esta solução de reciclagem ao mercado brasileiro. O modelo, já utilizado na Alemanha, veio para ajudar os fabricantes de garrafas de PET e latas de alumínio a se adequarem à nova legislação sobre resíduos sólidos, aprovada em agosto de 2010 (Lei 12.305/2010), pela qual as empresas terão que cuidar do destino final do lixo gerado pela venda.

O investimento inicial para importação das máquinas fica em R$ 400 mil e o rendimento da Susten Trading virá do aluguel das mesmas, que gira em torno de R$ 3 mil mensais e da coleta dos resíduos, como explica o sócio-empreendedor Thiago Von Gal. "O mercado de PET é pouco explorado no Brasil, após diversos estudos de mercado a Susten Trading implementou o negócio no País, mas como os custos de importação são altos, o mais viável para o empresariado brasileiro seria a locação. E é em cima disso que lucramos com as máquinas, além do repasse para as empresas de reciclagem", explica.

Além do serviço inovador e que faz sucesso em países como a Alemanha, outro diferencial da empresa é ao alocar o equipamento personalizá-lo com o logotipo, o que se torna uma estratégia de marketing.

A primeira parceria foi com a produtora de bebidas Schincariol. Desde o começo do segundo semestre de 2011, a empresa empregou seis máquinas em três supermercados da Rede Oba, de Jundiaí (SP), e, segundo Von Gal, fez com que a venda de bebidas da marca registrasse um aumento significativo.

Para 2012, a Susten Trading espera atingir um faturamento médio de R$ 3,2 milhões, o que dependerá das parcerias que estão sendo firmadas pela empresa. Segundo a companhia, só em 2011, mesmo com pouco tempo de mercado, os empresários que trouxeram a experiência para o País fecharam com R$ 190 mil de lucro.

Quando questionados sobre uma possível entrada no mercado de vending machines, Thiago Von Gal, sócio da importadora de coletores de resíduos, afirma que a intenção real é ter um reverse ao lado dessas máquinas. "Conversamos sobre uma possível parceria com a Brasvending - pioneira no mercado de vendas expressas -, mas esses são planos para um futuro não tão distante", diz.

"Após a implementação das máquinas, a Schincariol conseguiu um aumento de quase 250% de seus produtos. Assim a máquina além de explorar um nicho novo no mercado, ajuda as empresas parceiras a melhorar suas vendas", enfatiza o executivo.


Veículo: DCI


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