Compras coletivas: desafio é a profissionalização

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Depois de registrar uma evolução rápida no faturamento no ano passado, os sites de compras coletivas devem manter a rota de crescimento em 2012 de olho na profissionalização e na segmentação, segundo o sócio-diretor do site Save Me, Guilherme Wroclawski. O setor faturou R$ 1,6 bilhão em 2011, com 9,98 milhões de consumidores e 20,49 milhões de pedidos. O crescimento foi veloz em relação a 2010, quando o setor faturou R$ 210 milhões com a atuação de 50 sites.
 
Neste mês, quando se comemora o Dia do Consumidor (hoje, dia 15), essa modalidade de comércio eletrônico completa dois anos.
 
Desde novembro do ano passado, o site Save Me, conta com o Info Save Me, uma base de dados que reúne informações de 800 sites de compras coletivas que oferecem ao menos uma oferta por semana. O Info Save Me monitora sites de compras coletivas e faz a checagem das ofertas com os estabelecimentos participantes, por meio de uma metodologia desenvolvida pelo e-bit.
 
Segundo Wroclawski, em novembro, o número de sites de compras coletivas era maior, de 870. "Desde o ano passado, o consumidor se mostra mais exigente e novas leis foram criadas para regular esse mercado. Quem não se profissionalizou fechou as portas", afirma Wroclawski. A profissionalização, nas palavras do diretor, significa escolher bons parceiros comerciais e principalmente fazer um bom pós-venda junto ao consumidor.
 
Mesmo com a aquisição das operações do site espanhol Groupalia pelo Peixe Urbano, na semana passada, o diretor do Save Me diz não acreditar em uma tendência de concentração do mercado entre os grandes players. "Boa parte desse mercado está cada vez mais segmentado por municípios e estados ou por temas de interesse, como viagens e produtos femininos. São sites de médio porte, que conseguiram atingir uma operação financeira saudável", afirmou. Para ele, a aquisição realizada pelo Peixe Urbano está ligada a uma estratégia de internacionalização do site para a América Latina.
 
Wroclawski explica que os sites segmentados geograficamente acabam interagindo com o consumidor de maneira mais próxima. "São empresas que estão atendendo bem as duas pontas da cadeia, o comerciante e o cliente, e conseguem divulgar boas ofertas. Os que oferecem de tudo e acabam concorrendo com grandes sites acabam se fundindo", disse. O diretor do Save Me disse que ainda não reuniu os números consolidados sobre a segmentação, mas destaca que a maior participação no faturamento do setor está concentrada em cinco capitais, segundo dados de janeiro: São Paulo (14,5%), Rio de Janeiro (9,5%), Belo Horizonte (2,5%), Brasília (2%) e Salvador (2%).
 
Segundo o Info Save Me as categorias que mais atraíram os consumidores em janeiro foram hotéis e viagens (34%), produtos (21%) e saúde e beleza (18%). Mas os segmentos de maior representatividade em termos de faturamento foram o de bares e baladas e gastronomia, que têm tíquetes médios menores, de R$ 23,15 e R$ 21,89, respectivamente, segundo dados de janeiro.
 
Em média, o setor fatura R$ 30 milhões por semana, mas dados do Info Save Me mostram que há sazonalidade. O faturamento mensal dos sites de compras coletivas, segundo Wroclawski, foi de R$ 98 milhões no mês passado, e de R$ 91 milhões em dezembro. "Houve uma pequena redução nos meses de férias em relação a novembro, quando o setor faturou R$ 115 milhões. O cupom de desconto ainda não entrou no gosto do brasileiro para ser dado como presente, exatamente pelo tempo de recebimento e agendamento", afirmou.


Veículo: Diário do Comércio - SP


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