Setor de moda e acessórios alcança 7% dos 53,5 milhões de pedidos do e-commerce e fica entre os líderes da web
Comércio virtual gira R$ 18,7 bi por ano e fica mais maduro, com mudança nos produtos e no gasto médio
O brasileiro já compra mais roupas e acessórios do que livros e revistas na internet.
Dos 53,5 milhões de pedidos feitos no comércio eletrônico em 2011, 7% se destinavam ao setor de moda e acessórios, segundo o relatório WebShoppers, divulgado ontem pela consultoria e-bit.
O brasileiro passou a comprar mais roupas, calçados e artigos esportivos pela internet recentemente.
Há dois anos, o segmento era apenas o 26º colocado no ranking. Agora, ocupa o quinto lugar, passando o setor de livros e revistas.
O aumento na padronização de tamanho das roupas influenciou na mudança, diz Pedro Guasti, diretor-geral do e-bit. "Imagina comprar uma blusa M e chegar uma que, para você, é P."
A categoria também ganhou força há três anos com a chegada de grandes lojas. Criada em 2011, a Dafiti é uma delas. No ano, o site teve 74 milhões de acessos.
São dois os trunfos do e-commerce de moda, diz Malte Huffmann, um dos fundadores da Dafiti. Um deles é reunir grande volume de produtos em um só canal. O outro é levá-los pela web a locais em que as grifes não abririam lojas, como o Nordeste.
O setor já tem uma multinacional. Com receita de R$ 600 milhões em 2011, a Netshoes opera desde então na Argentina e no México.
A categoria se mostra promissora. A empresa estima receita 60% maior em 2012, de R$ 1 bilhão. "O e-commerce não pode ser encarado como varejo tradicional", diz Roni Cunha Bueno, diretor de marketing da Netshoes.
Nos EUA, mercado considerado "adulto", o setor de moda girava US$ 18 bilhões em 2009. As vendas na web representavam 10% de todo o comércio da categoria.
No Brasil, a receita do e-commerce cresceu 26%, alcançando R$ 18,7 bilhões em 2011. A alta ficou abaixo dos 30% esperados por causa da turbulência econômica e da greve dos Correios
Veículo: Folha de S.Paulo