Fraudes geram milhões em prejuízos para setor de cartões

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A fraude com cartões no comércio eletrônico mundial cresceu 26%, de US$ 2,7 bilhões em 2010 para US$ 3,4 bilhões em 2011, de acordo com dados da CyberSource. "No Brasil, a cada R$ 100 em compras, o volume de fraude é de R$ 0,75 na média", afirmou o vice-presidente-executivo de Produtos e Negócios da Cielo, Eduardo Chedib, após anúncio da parceria tecnológica com a CyberSource para coibir fraudes no comércio eletrônico brasileiro.

Para efeito de comparação, o faturamento da Cielo com o comércio eletrônico em 2011 foi de R$ 28,2 bilhões, o que indicar problemas em transações da ordem de R$ 210 milhões. "Uma boa parte da fraude detectada é recuperada. Essa solução permitirá aos lojistas recuperarem até 90% desse volume", disse Chedid.

Nos últimos 15 anos, o Brasil adotou sistematicamente o uso de plásticos com chip e senha, reduzindo a incidência de casos no comércio real. "Mas a fraude online já superou o número de fraudes do mundo físico", afirmou.

De acordo com Fernando Souza, diretor-geral da CyberSource no Brasil, alguns lojistas apresentam problemas entre 2% e 4% do volume das vendas.

Dados do e-Bit, entidade que congrega informações sobre o comércio eletrônico no Brasil que exclui o faturamento das companhias aéreas, mostram que o volume de e-commerce no Brasil tem crescido ao ritmo de 35% ao ano, e de 31% ao ano em faturamento, que alcançou R$ 18,7 bilhões em 2011. "Nossa ferramenta permite acessar as informações de segurança em apenas dois segundos. É possível desmascarar o IP [Internet Protocol] e identificar de qual bairro e cidade está sendo feita a fraude", informou Souza.

Segundo o diretor da CyberSource, Guilhermo Rospogliosi, a fraude migrou do mundo físico para o e-commerce nos últimos anos. "A rejeição de pedidos por suspeitas de fraudes no setor de companhias aéreas na América Latina atingiu 1,8% das receitas, enquanto que o gerenciamento de fraudes permitiu que na Europa caísse para 0,3% e nos Estados Unidos para 0,03%", divulgou.

Nos casos de sucesso apresentados ontem no anúncio da parceria, a Space Jet, da Índia, percebeu a fraude reduzir-se de 1,5% para 0,002%, e a britânica Train Line, de venda de passagens de trens pela Internet viu a rejeição de pedidos cair de 3% para 1%.

A Cielo vai oferecer a solução para seus 9 mil clientes lojistas de comércio eletrônico como forma de dar segurança para o segmento crescer. "A maior preocupação do lojista on-line é com a fraude", detectou o presidente da Cielo, Rômulo Dias.

Crescimento

Em 2011, o comércio eletrônico respondeu por 7% do faturamento da credenciadora. "Para 2020, as compras pela Internet representarão 21% das receitas", projeta a credenciadora.

O segmento cresceu 50% na América Latina no ano passado, superando o avanço de 16% nos Estados Unidos e Canadá. Dados da CyberSource, subsidiária da Visa, mostram que no ano passado, o comércio eletrônico gerou US$ 35 bilhões em receitas na América Latina, 65% no Brasil ou US$ 22,75 bilhões. No mundo, o comércio eletrônico representará US$ 1 trilhão em 2012.

Além da boa performance, outra área que apresenta forte crescimento é o de cartões pré-pagos. O vice-presidente do Banco Confidence, Paulo Volpe, calcula que a emissão de pré-pagos de câmbio avançou 150% em 2011. "Emitimos 200 mil cartões no ano passado", revelou Volpe, com exclusividade ao DCI, após palestra na conferência "Cartões e Meios de Pagamento 2012", promovida pela International Quality & Productivity Center (IPQC).

Volpe estima que o Grupo Confidence, que reúne 120 lojas de câmbio em 20 estados, deve crescer 40% em 2012, contra 60% do ritmo de 2011. "A diferença de performance é explicada pela migração do papel moeda importado para o cartão pré-pago, que crescerá 100% em 2012", prevê.

O Banco Confidence é o líder de emissão de cartões pré-pagos de câmbio e observa um potencial para todo o mercado de US$ 83 bilhões no Brasil. "As classes A e B perceberam o benefício da diferença do IOF de 6,38% no crédito em comparação a taxa de 0,38% no pré-pago para ser utilizado nas viagens internacionais", explicou o vice-presidente da instituição.

Seu concorrente direto, o Banco Rendimento relatou faturamento de R$ 1,1 bilhão no ano passado, segundo informou o diretor de Produtos da Agillitas Serviços de Pagamento, Roger Ades. "O cartão pré-pago oferece mais vantagens e segurança aos lojistas, e acreditamos no potencial da modalidade Platinum para 2012".


Veículo: DCI



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