Redecard perde participação de mercado

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Os números do primeiro trimestre divulgados pela Redecard na noite de quarta-feira surpreenderam ao superar as projeções dos analistas. Mas em meio ao processo de fechamento de capital pelo Itaú Unibanco, controlador da credenciadora de cartões, o que dominou os relatórios dos analistas foi a análise dos números sob o prisma da operação, como não podia deixar de ser.

O título do relatório da BB Investimentos sobre os números resumiu bem o sentimento do mercado: "Bom resultado, apesar de tudo". "Em um período em que as atenções estão voltadas para a oferta pública de aquisição (OPA) para fechamento de capital da empresa, os resultados financeiros ficaram relegados a segundo plano", avaliam os analistas Nataniel Cezimbra e Carlos Daltozo, da BB.

O que mais surpreendeu foi a queda de volume financeiro de transações de cartões no período - o que mostra perda de participação de mercado -, mas o consistente aumento das receitas.

"Apesar da desaceleração das taxas de crescimento do volume financeiro de crédito, o aumento das receitas das transações de débito, com aluguel de equipamentos, com pré-pagamento e crescimento de 0,28 ponto da MDR líquida (taxa de desconto cobrada do lojista) em débito resultaram no aumento de 17,8% da receita líquida (na comparação anual)", observam os analistas da Fator Jacqueline Lison, Gustavo Perez e Rodrigo Faria, em relatório.

A Redecard registrou receita líquida de R$ 955,5 milhões, alta de 17,8% na comparação anual e queda de 5,6% na relação trimestral. O lucro líquido atingiu R$ 381,2 milhões, avanço de 35,5% sobre o mesmo período de 2011.

O crescimento em volumes de cartões desacelerou, em linha com as expectativas. O volume de cartões de crédito cresceu 8% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2011, ante aumento de 8,8% no quarto trimestre, 28,7% no primeiro trimestre de 2011 e 20% do crescimento de mercado estimado pela Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços).

Em cartões de débito a perda foi menor. O volume cresceu 19,1% no primeiro trimestre deste ano, em comparação aos 21,8% no quarto trimestre, 32,2% no primeiro trimestre de 2011 e 24% da projeção do mercado.

O analista do HSBC Paulo Ribeiro observa que os números indicam que o principal concorrente, a Cielo, está retomando participação no mercado "até certo ponto", ressalta, lembrando o efeito base do crescimento excepcional ocorrido no primeiro trimestre do ano passado.

A taxa líquida de desconto cobrada pela credenciadora por transação do lojista (chamada de MDR) subiu 0,08 ponto no crédito, para 1,14%, e 0,02 ponto no débito, para 0,78%.

É consenso entre os analistas que o resultado não vai impactar as ações da empresa, cujo comportamento está descolado dos fundamentos da credenciadora e atrelado ao fluxo de notícias relacionadas à OPA.

 

Veículo: Valor Econômico


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