O número de correntistas que passou a usar o celular para transações financeiras chegou a 3,3 milhões em 2011.
Os clientes dos bancos têm utilizado cada vez mais o internet banking e o celular para efetuar transações financeiras. Segundo a pesquisa Ciab – O Setor Bancário em Números, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o crescimento no número de transações pela internet no ano passado foi de 20% comparado com 2010. A quantidade passou de 13,1 bilhões em 2010 para 15,7 bilhões em 2011. O número de correntistas que passou a usar o celular para o mesmo fim chegou a 3,3 milhões em 2011, num crescimento de 49% em relação a 2010.
Este movimento, no entanto, não fez o número de agências bancárias diminuir. No ano passado a elevação foi de 7%, acima da média de crescimento de 3% ao ano desde 2002, quando a pesquisa da Febraban começou a ser realizada. Em 2011, foram 1,5 mil agências abertas de um total de 21,3 mil.
Segundo o diretor de tecnologia da entidade, Luis Antonio Rodrigues, essa alta foi impulsionada pelos grandes bancos, que buscam aumentar a bancarização de novos consumidores da classe C. "A tendência é de crescimento das agências nos próximos anos", disse.
Mas agências bancárias têm sido cada vez menos usadas pelos correntistas. Nos últimos anos, a redução no número de transações básicas realizadas nas agências foi de 10% a 15%.
Crescimento – As operações feitas pela internet praticamente puxaram a elevação de 12% no total de transações em 2011, que foram 66,4 bilhões, ante 59,4 bilhões em 2010.
Depois da internet, os caixas eletrônicos foram o segundo canal que concentrou mais transações: 9 bilhões no ano passado. O Brasil tem 9,1 caixas eletrônicos para cada 10 mil habitantes, número que se aproxima de países desenvolvidos como os Estados Unidos, onde há 9,9.
Segundo o diretor de tecnologia da Febraban, cerca de 50% a 60% das transações feitas nos caixas eletrônicos são de saques. "O brasileiro ainda tem o hábito de retirar dinheiro para fazer pagamentos", afirmou Rodrigues. O número de transações em cada caixa eletrônico no Brasil é de 4.295 por mês, quase o dobro do que nos EUA, onde a quantidade é de 2.641 mensais.
A perspectiva da Febraban é que num prazo de cinco a sete anos o mobile banking (o banco pelo celular) tenha a mesma relevância do internet banking. "A convergência entre os meios exigirá cada vez mais investimentos em tecnologia", disse o vice-presidente da Booz & Company, Gustavo Roxo. No ano passado, os 16 bancos participantes da pesquisa – e que somam 90% dos ativos bancários do País – investiram R$ 17,9 bilhões em tecnologia.
O investimento dos bancos têm como foco a bancarização. O número de pessoas que iniciaram seu primeiro relacionamento com um banco aumentou 6,3%, totalizando 54 milhões de correntistas em 2011. O número de novas contas-correntes ativas cresceu 3,8% e o de conta-poupança subiu 0,9%.
A perspectiva da entidade é que a classe C passe a utilizar cada vez mais mais cartões de débito e crédito. A projeção é de que a quantidade salte de 32% em 2011 para 43% em 2015. O uso do plástico cresce, enquanto a compensação de cheques cai a cada ano. Em 2011, 8,3 bilhões de transações foram feitas com cartões, ante 7,1 no ano anterior. No ano passado, foram 1 bilhão de compensações de cheques ante 1,1 em 2010.
Veículo: Diário do Comércio - SP