A Saraiva diminuiu descontos, prazos de pagamento e promoções em seu site para aumentar a rentabilidade de sua operação de varejo. "Tiramos um pouco o pé do acelerador", afirma João Luis Hopp, diretor financeiro da companhia.
O executivo considera que a Saraiva já tem uma participação no mercado virtual expressiva e, por isso, pode se concentrar em negócios com margens maiores. No comércio eletrônico, a concorrência está acirrada.
Por outro lado, diz o executivo, a companhia apostou na melhora do atendimento ao cliente na rede física de livrarias. Enquanto as vendas nas lojas físicas cresceram 15,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, a alta no site foi de 2%.
O comércio on-line é responsável por 33,4% das vendas da livraria. A receita líquida do setor de varejo da Saraiva cresceu 10,3% no período, chegando a R$ 414 milhões. Na editora, que também faz parte do grupo, a alta foi de 10,9%, para R$ 152,6 milhões.
O lucro líquido do grupo cresceu 16,3% no trimestre, para R$ 54,7 milhões. Deste montante, R$ 39 milhões são da editora, (com alta de 9,2%), e R$ 15,2 milhões da livraria (com aumento de 38%). Os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda) subiram 12% e 31%, respectivamente. Hopp considera que este foi o melhor trimestre da história da Saraiva.
Em relação à editora, o otimismo é pela alta no segmento de sistemas de ensino (apostilas e treinamento de professores). O número de alunos atendidos pela marca Ético, voltada para a rede privada, cresceu 43,8% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, para 138 mil. O faturamento desse segmento cresceu acima dessa porcentagem, afirma Hopp, sem revelar números. "[a marca] está ganhando importância, mas ainda não atingiu todo o potencial", diz.
As vendas de livros didáticos para o setor público, que ocorrem no quarto trimestre, respondem por 25% a 40% do faturamento da editora, dependendo do ciclo de compras do governo. O Ministério da Educação elabora uma lista de livros que as escolas podem escolher, por meio do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). O processo atual é voltado para o ensino básico e a Saraiva tem maior fatia no ensino médio. Para a seleção deste ano 87,9% do material submetido foi aprovado, ante 45,7% do último ciclo para esta faixa. A média de aprovação de obras de todas as editoras subiu para 72%.
Veículo: Valor Econômico