As vendas de câmeras digitais no Brasil cresceram 22% no primeiro semestre, ante igual período de 2011, segundo a consultoria GFK. De janeiro a junho, foram vendidas 2,3 milhões de câmeras compactas, quase metade do total de 2011, quando foram vendidas 4,7 milhões de unidades. No mundo, a expectativa é de retração de 5% nas vendas de câmeras digitais este ano.
O avanço no varejo, no entanto, revela a presença de importados no mercado, uma vez que a produção de câmeras no País cresceu apenas 5% no primeiro semestre, somando 1,5 milhão de equipamentos, conforme a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroleletrônicos (Eletros).
O diretor de Negócios IT e Foto da GFK, Alex Ivanov, diz que o preço médio das câmeras registrou queda de 20% no período, com o avanço das categorias até R$ 300, que em junho de 2012 representavam 40% do mercado. Entre as características tecnológicas que ganham espaço, ele destaca o avanço das câmeras a bateria (87% do mercado em 2012, ante 62% no ano anterior) e a maior presença do zoom óptico. Câmeras com Full HD e 3D já são cerca de 10% do mercado, enquanto tecnologias como GPS, touchscreen e wi-fi ainda têm presença tímida.
As profissionais (DSLR) e as mirrorless (compactas com lentes intercambiáveis) somam 1% do mercado, ante uma média mundial de 10% de participação. No entanto, o crescimento das categorias de maior valor são a aposta dos fabricantes. "Compactas representam 90% do negócio de câmeras, e outros 10% estão entre DSLR e mirrorless. A expectativa até o fim do ano é que essa proporção fique 80 a 20", diz o gerente de Marketing da Sony , Carlos Paschoal.
Com 51% de market share em compactas, a empresa vê maior potencial nas mirrorless, lançando a NEX-F3 em setembro. Segundo ele, a companhia cresceu 25% em câmeras no primeiro trimestre do ano fiscal iniciado em abril, acima do avanço de 20% no faturamento da empresa no País e do mercado de câmeras em geral. Em 2012, a expectativa é crescer 28%, com a venda de 2,6 milhões de unidades.
A Panasonic também aposta nas categorias de maior valor. "Entramos no mercado de mirrorless com a linha Lumix G", diz o gerente de produtos, Fernando Ogawa. Segundo ele, há uma mudança na cultura fotográfica brasileira, provocada pelo avanço dos smartphones. "Se, por um lado, eles concorrem, por outro, estimulam o hábito de tirar fotos. E, com o aumento de renda, cresce a migração para categorias high-end [avançadas, de alta capacidade]."
Veículo: DCI