Varejo eletrônico aposta em conveniência para expandir

Leia em 3min 50s

O crescimento do varejo eletrônico (e-commerce) brasileiro sempre se pautou na oferta de preços e no vasto catálogo de produtos. Hoje, com o número de e-consumidores cada vez maior, a palavra de ordem é outra: conveniência. Mais maduro e resistente às compras, o cliente procura, antes de tudo, agilidade na hora de efetuar o seu pedido através da Internet.

"Antes as duas tendências do e-commerce se referiam a preços e catálogo. Hoje, a palavra é praticidade, rapidez e facilidade", afirmou o CEO da Buscapé Company, líder no segmento de comparação de preços no e-commerce, Romero Rodrigues.

O CEO reitera que 50% de todos os carrinhos de compras on-line são abandonados no meio do caminho, o que evidencia o fato de o brasileiro ser um navegador assíduo da Web, mas pouco propenso a adquirir mercadorias por meio dela.

Como uma forma de reduzir este percentual e afastar os entraves que barram a ascensão do e-commerce, a Buscapé Company acaba de lançar dois serviços, o Comprar Agora e o Calcular Frete, que prometem aumentar em 25% as vendas das lojas virtuais afiliadas à corporação.

Para Fábio Pereira, diretor de e-commerce da gigante Fnac, um dos players listados no projeto, os dispositivos impulsionarão, sim, as vendas, por reduzirem a taxa de desistência dos consumidores na hora das compras. "O clique do cliente será mais assertivo", afirmou. A informação significa que a cada acesso à loja, a probabilidade de efetuação da compra de produtos seja cada vez maior.

E esse é o motivo pelo qual os serviços recém-lançados já receberam a adesão de 1.070 lojas, entre elas algumas gigantes do segmento, como Casas Bahia, Submarino, Americanas, Walmart, Extra, Shoptime, Saraiva e Ponto Frio.

O projeto prevê alcançar 20 mil redes até o final do ano.

Os serviços reduzem o esforço dos consumidores a um clique - o frete é calculado antecipadamente e o cadastro feito no site é identificado diretamente pelos varejistas associados.

"Se a transação exige processos muito complicados do e-consumidor, ele desiste mesmo da compra", disse Romero.

Conforme foi dito anteriormente em entrevista ao DCI, o cofundador da maxiPago!, empresa especializada em pagamentos inteligentes, Svante Westerberg, afirmou que a loja virtual deve investir em mecanismos que diminuam a dificuldade do cliente em efetuar suas compras, sendo esta uma das principais estratégias para bater a concorrência.

"A questão é facilitar a forma de conversão da compra, pois isso interfere diretamente no gosto do consumidor. A pior coisa que pode acontecer com a loja virtual é o cliente desistir de comprar o produto, porque isso custa dinheiro", disse.

No evento de e-commerce E-merging Market, ocorrido no ano passado, em São Paulo, o especialista ainda mencionou os milhares de acessos recebidos pelas lojas que na maioria das vezes não são convertidos em compras.

Mais radical do que os demais especialistas, ele mostrou ser solicito à eliminação do cadastramento obrigatório, como uma forma de otimizar por completo os processos de obtenção de produtos via Internet. "Outra estratégia muito vantajosa para as empresas que possuam é promover campanhas de fidelização, promoções e descontos. ", destacou Svante, na ocasião.

Concorrência

Romero Rodrigues apontou o motivo pelo qual não vê a Amazon, uma das maiores agregadoras de ofertas do mundo, que chegou ano passado ao Brasil, como uma possível concorrente: "De acordo com nossas previsões, a Amazon chegou aqui já vendendo os seus produtos, como o leitor digital Kindle. Por isso, ao contrário do que os outros pensam, ela seria um ótimo cliente para fazer parte do nosso grupo de filiados", disse o executivo.

Romero ainda afirmou que se inspirou na rede para montar o Buscapé Company. "Foi um modelo que nós vimos que funcionava nos Estados Unidos e procuramos aprimorá-lo no Brasil".

No entanto, destacou as desvantagens da operação da gigante nos Estados Unidos, que não tem como filiada as maiores varejistas do país. "É porque elas também vendem produtos próprios, coisa que nós não fazemos e nem pretendemos fazer. As lojas não vão querer dispor os seus produtos num site concorrente", como disse o executivo.

Do mesmo ramo que o Buscapé, o comparador de preços Já Cotei fez parceria com os programas de fidelidade e milhagem, Multiplus e o Smiles, respectivamente, para aumentarem as vendas on-line em torno de 20 a 30%.

O sistema funciona da seguinte forma: a cada transação que o cliente efetua, ele ganha uma certa pontuação em cima da compra que pode ser trocada por uma passagem aérea.

A empresa busca, desta forma, fidelizar o consumidor no canal de intermediação das vendas on-line, assim como o Buscapé.




Veículo: DCI


Veja também

Buscapé vai finalizar vendas no próprio site

Desde 1998, quando foi criado, o Buscapé passou por etapas que levaram seus negócios muito além do ...

Veja mais
Governo prepara lei para alterar código de barras

Etiqueta inteligente ganha força entre os itens de alto valor agregadoO governo está preparando uma lei pa...

Veja mais
Tecnologia da Informação ajuda a medir eficiência no comércio

Softwares com foco em gestão ganham também a atenção dos pequenos empresáriosEscala d...

Veja mais
Varejo quer vender com 'mais amor' e tecnologia

As lojas querem voltar a ter freguês, aquele cliente fiel, cujos hábitos de compra são conhecidos do...

Veja mais
Varejo usa tecnologia para atiçar os sentidos

Feira em Nova York mostra novidades e táticas do setor para conquistar consumidores O futuro do varejo está...

Veja mais
Lojas físicas desenvolvem 'iscas' para seduzir clientes eletrônicos

Varejo usa a tecnologia para combater hábito de pesquisar preços melhores nos smartphonesGrandes redes do ...

Veja mais
Vendas on-line devem crescer 25% em 2013, prevê e-bit

Retomada do crescimento econômico e aceleração das vendas de dispositivos móveis alavancam fa...

Veja mais
Brasil se prepara para assumir 4º lugar do segmento virtual

O potencial do varejo on-line (e-commerce) é tanto no Brasil que com base em projeções feitas pela ...

Veja mais
Novos desafios para o varejo virtual

A Amazon, referência mundial em varejo virtual, alcançou em 2011 receita de US$ 48 bilhões, o que re...

Veja mais