Empresas falham na proteção de dados, admitem executivos

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Em pesquisa em 29 países, líderes afirmam que informações não são guardadas corretamente


Em maio, foi o Twitter. No mês seguinte, foram Last.fm e LinkedIn. Em julho, quem caiu na armadilha foi o Form-spring. Os vazamentos de dados de usuários em 2012, incluindo suas senhas, servem para ilustrar como as empresas ainda não estão totalmente preparadas para proteger informações pessoais.

Essa é a conclusão de uma pesquisa do Instituto Ponemon, especializado no assunto, em parceria com a consultoria Edelman, a que a Folha teve acesso exclusivo.

Além de não ser considerada prioridade, a proteção de dados não é feita de modo correto pela maior parte das companhias -e os executivos admitem. No Brasil, só 24% dos entrevistados acreditam que suas empresas estejam preparadas para detectar e combater rapidamente vazamentos.

Foram entrevistados 6.400 executivos de 29 países. No Brasil, cem funcionários de alto escalão de 120 empresas.

Ainda sem legislação consolidada sobre o assunto, o Brasil tem a chance de aprender com os erros dos outros, diz o advogado Bruno Magrani, da FGV (Fundação Getulio Vargas), que trabalhou na elaboração do anteprojeto da Lei de Proteção a Dados Pessoais.

No primeiro semestre de 2011, o Ministério da Justiça abriu consulta pública sobre a questão. Agora, a redação final da lei está sendo feita internamente -espera-se que fique pronta neste ano.

"Hoje, consumidores têm direito a acessar e a corrigir todas as informações em poder de empresas", explica Magrani. "Com a nova legislação, a ideia é tentar garantir mais direitos aos usuários."

Segundo o advogado, há um embate entre EUA e Europa sobre as leis de proteção de dados. No primeiro caso, elas privilegiam a indústria; no segundo, os usuários.

Para Pete Pedersen, ex-executivo da Microsoft e presidente de uma divisão de tecnologia da Edelman, a falta de regulamentação faz com que as empresas sejam mais displicentes em relação aos dados de clientes e funcionários.

"Há um motivo para que haja poucas leis", diz. "Os governos são obrigados a balancear duas coisas importantes: competição no mercado e bem-estar do consumidor."

Quatro principais fatores têm influência no risco de uma empresa ter dados vazados, de acordo com os pesquisadores: a quantidade de países em que atua, o ramo de negócio, o treinamento de seus funcionários e a seriedade com que leva o assunto.

"O consumidor médio tem consciência sobre como as empresas deveriam usar seus dados", diz Pedersen. Por isso, afirma, a falta de transparência em relação aos dados tem impacto negativo na credibilidade de uma empresa.


Veículo: Folha de S.Paulo


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