Vendas on-line registram alta de 24% e somam R$ 12,7 bi

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O varejo via internet continua em expansão, com taxas de crescimento bem acima das estimativas do setor, que aponta entre 3% e 5% para as lojas físicas da maior parte dos segmentos. As vendas do comércio eletrônico somaram R$ 12,74 bilhões no primeiro semestre deste ano. Trata-se de alta de 24%, na comparação com igual período de 2012. Os dados são da 28ª edição do relatório Webshoppers, realizado pela E-bit, empresa especializada em informações do setor.

De acordo com o relatório, de 1º de janeiro até 30 de junho, 35,54 milhões de pedidos foram feitos via internet, crescimento de 20% na comparação anual. O tíquete médio das compras on-line cresceu 4% em relação ao primeiro semestre de 2012, atingindo R$ 359,49.

A categoria de moda e acessórios, que vinha ganhando posições nos últimos anos, se consolidou como a maior em vendas on-line, respondendo por 13,7% do faturamento total.

Na sequência aparecem os eletrodomésticos, com 12,3%, cosméticos e perfumaria, com 12,2%, informática, 9% e em seguida, os livros, com 8,9%.

A E-bit prevê que o comércio eletrônico deve chegar ao final do ano com faturamento de R$ 28 bilhões. Este número representaria elevação de 25% frente ao apurado durante o ano passado.

A previsão otimista de alta nas vendas, mesmo diante de um cenário de desaquecimento do consumo, se explica pela adesão de novos consumidores às compras on-line e ganho de participação de mercado sobre lojas físicas, avaliou a entidade.

Segundo Pedro Guasti, diretor geral da E-bit, o momento positivo se embasa na postura dos consumidores. "Eles tendem a ficar mais cuidadosos e exigentes nesses momentos. Dessa forma, são atraídos pelas vantagens do setor, como preços mais baixos, facilidade e prazos de pagamento mais elásticos", afirma Guasti.

Grande porte

As vendas do setor, segundo a E-bit, têm se concentrado nas lojas de grande porte. As 50 maiores redes respondem por 80% da receita. A companhia acredita que o Brasil tenha de 30 a 40 mil vendedores on-line legalizados e estabelecidos, o que significa que milhares de redes disputam os 20% restantes do mercado.

Segundo o diretor geral da E-bit, Pedro Guasti, hoje o comércio eletrônico representa de 3,5% a 4% de todas as vendas realizadas pelo varejo brasileiro.

"Nos Estados Unidos, esse número fica entre 8% e 10%", disse.

A elevação do porcentual no Brasil, opina o diretor, depende do crescimento do número de usuários de internet no Brasil, o que ele acredita que deve ser motivado pela alta do uso de dispositivos móveis.

"Acredito que em quatro ou cinco anos poderemos chegar ao patamar dos Estados Unidos", detalha o diretor Guasti.

Internautas

O relatório Webshoppers, da E-bit, apontou que, no primeiro semestre de 2013, houve a entrada de 3,98 milhões consumidores no meio on-line. O número é um pouco menor do que o que foi reportado no mesmo período do ano passado, quando foram 4,64 milhões de entrantes nas compras eletrônicas.

Mas essa diminuição significa, no atual momento do e-commerce, uma estabilização. "O setor atingiu seu auge de novos consumidores no ano anterior e está mais amadurecido, por isso, o ritmo de entrada deve reduzir parcialmente e se tornar mais estável", explica Guasti.

De acordo com o estudo da E-bit, a maior parte desse público é feminino (55%), na faixa etária dos 25 aos 49 anos (67%). Ao analisar escolaridade e renda familiar, fica evidente a forte presença da classe C.

Em relação aos estudos, pessoas com ensinos fundamental e médio são maioria (46%).

Ainda assim, Guasti avalia que há grande potencial para crescimento. A maior parte do novo público, destaca, é das classes C e D.

Dos consumidores estreantes, 58,62% possuem renda familiar de até R$ 3 mil.

O uso de dispositivos móveis para compras vem crescendo. No primeiro semestre, 3,6% das vendas foram feitas por aparelhos como smartphones e tablets. Há um ano, esse porcentual era de 1,3%.

Entre os vários fatores que levam o consumidor a comprar via internet, alguns dos mais relevantes para a decisão de compra, são elementos que permitam economizar, como a oferta de frete grátis.

Em pesquisa especial, a E-bit averiguou que 58% das pessoas comprariam mais pela internet caso se houvesse maior disponibilidade de entrega gratuita pelas empresas ofertantes.

Preços

Já o comportamento de preços no comércio on-line tende a ser diferente do varejo como um todo, disse Guasti.

No primeiro semestre deste ano, houve deflação de 4,59% de acordo com o índice Fipe/Buscapé.

O diretor da E-bit acredita que, no segundo semestre, a tendência se inverterá e os preços devem apresentar inflação diante dos valores do primeiro semestre.



Veículo: DCI


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