A indústria brasileira de cartões movimentou em 2008 mais de R$ 375 bilhões em transações, segundo informa o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Aldemir Bendine, em artigo publicado neste suplemento. O número estratosférico mostra que as pequenas e médias empresas devem estar atentas a estes e a outros meios eletrônicos de pagamento se não quiserem perder parte desse montante.
Ainda segundo Bendine, há 10 anos, o total de estabelecimentos que aceitava cartões era cerca de 550 mil, e hoje o número supera a marca de 1,4 milhão, uma das maiores redes do planeta.
No entanto, isso não quer dizer que ainda não haja um longo caminho a ser percorrido no País quando o assunto é cultura de uso do cartão, principalmente de débito. Rubén Osta, diretor geral da Visa do Brasil, diz acreditar que o cartão só não está mais enraizado no cotidiano dos pequenos e médios estabelecimentos comerciais por uma questão cultural, já que o cheque pré-datado, por exemplo, já foi um instrumento de pagamento muito popular no País nos anos 90 e ainda não foi totalmente extinto. "A mudança de hábito é um processo lento, que não se faz da noite para o dia", alerta.
Osta lembra que o cartão de débito precisa começar a fazer parte do dia-a-dia das pessoas, não só para sacar dinheiro no caixa eletrônico, mas também para efetuar compras. "Ainda existem usuários que preferem sacar o dinheiro para depois ir ao supermercado, por exemplo", analisa o diretor geral da Visa.
Para incentivar o uso do cartão nas lojas, outros serviços estão sendo agregados ao POS, a máquina em que os lojistas passam o cartão para aprovar a transação. Já é possível carregar o celular, os cartões-benefício, e até obter troco em dinheiro por meio desses terminais. Dessa forma, além de o lojista receber por esses serviços, ainda alavanca o uso do cartão no estabelecimento.
Novos meios
Contudo, não é só via cartão que os comerciantes estão recebendo pagamento eletrônico. O celular surge como uma nova mídia de pagamento em bairros de Barueri, a 50 quilômetros de São Paulo. A Aldeia Light Casa & Construção, de Aldeia da Serra, aderiu ao sistema e afirma que as taxas cobradas chegam a ser 45% menores do que nas transações com cartão de crédito e débito. A aprovação é feita via internet, por isso não é necessário aluguel de equipamento.
Formas de receber pelas vendas via internet também podem alavancar os negócios, especialmente por permitir a entrada dos pequenos e médios empreendedores no comércio eletrônico. É preciso garantir segurança aos compradores na rede mundial de computadores, e é aí que se pode recorrer a ferramentas para que o cliente pague a compra com cartão de crédito ou boleto bancário sem sair de frente do computador. Essas ferramentas, obviamente, também facilitam a compra online por impulso.
Cartão para gestão
Já quando o assunto são os meios de pagamento utilizados pelo pequeno e médio empresário na hora de realizar suas despesas, o cartão de crédito corporativo ainda não é totalmente conhecido - ou pelo menos não é usado da forma ideal. Pesquisa feita pela MasterCard mostrou que o cartão corporativo é bem visto pelas médias empresas, porém as funcionalidades da ferramenta, como a possibilidade de definir parâmetros de utilização - ou seja, restringir o uso a determinados ramos de estabelecimentos, bem como definir limites de crédito diferentes por usuário - ainda são desconhecidas desse público
Veículo: Gazeta Mercantil