Taxa do cartão de crédito está no maior nível em 21 anos

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Cheque especial também apresenta alta, segundo pesquisa da Anefac

 
São Paulo - As taxas de juros das operações de crédito ao consumidor voltaram a subir no mês de setembro, cravando a nona elevação no ano e a 24ª alta consecutiva.
 
Levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) mostra que das seis linhas pesquisadas, entre elas juros no comércio, cartão de crédito, cheque especial, financiamento de automóveis, empréstimos pessoais em bancos e financeiras, todas tiveram alta. No caso do cartão de cartão de crédito, os juros atingiram o maior patamar desde dezembro de 1995, chegando a 463,03% ao ano.
 
No caso do cartão de crédito, a taxa mensal subiu de 15,29% para 15,49% ao mês. Somente há 21 anos, os juros do cartão estavam num nível tão elevado: chegaram a 15,75% ao mês ou 478,43% ao ano.
 
O levantamento da Anefac revelou que a taxa média de juros para pessoa física subiu 1,35% no mês, passando de 8,13% ao mês em agosto para 8,24% em setembro. Anualizada, a taxa chega a 158,61%, o maior patamar desde julho de 2003.
 
Os juros do comércio subiram de 5,86% ao mês para 5,90%, o equivalente e a 98,95% ao ano, o maior patamar desde outubro de 2009, quando chegaram a 100,08% ao ano.


No cheque especial, os juros saltaram para 12,46% ao mês (309,24% ao ano)., maior patamar desde março de 1999, quando a taxa estava em 13,30% ao mês. Os financiamentos de automóveis subiram para 2,36% ao mês de 2,33% em agosto. Os empréstimos pessoais nos bancos têm taxa de 4,70% ao mês frente aos 4,65% de agosto. E os empréstimos em financeiras cobram 8,50% ao mês de 8,48% em agosto.
 
Para o diretor de pesquisas econômicas da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, as taxas mantêm a tendência de alta devido ao cenário econômico ruim, que aumenta o risco de inadimplência.
 
“Com inflação ainda elevada, aumento de impostos e juros maiores, a renda das famílias fica comprometida. E a recessão agrava o desemprego. esses fatores levam as instituições financeiras a aumentarem os juros para compensar possíveis perdas com calote”,  explica Ribeiro de Oliveira.
 
Oliveira pondera que o Banco Central deverá começar a flexibilizar a política monetária a partir deste mês, reduzindo a taxa básica de juros Selic. Se isso de fato acontecer, afirma o diretor de pesquisas econômicas da Anefac, os juros das operações de crédito podem ser reduzidos nos próximos meses. “Mas isso só vai acontecer se a inadimplência se mantiver estável,” afirma.
 
Selic - Considerando todas as  elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, tivemos neste período (março de 2013 a setembro de 2016) uma elevação da Selic de 7 pontos percentuais (elevação de 96,55%) de 7,25% ao ano em março de 2013 para 14,25% ao ano em setembro de 2016.
 
Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 70,64 pontos percentuais (elevação de 80,30%) de 87,97% ao ano em março de 2013 para 158,61% ao ano em setembro de 2016.
 
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 32,14 pontos percentuais (elevação de 73,75%) de 43,58% ao ano em março/2013 para 75,72% ao ano em setembro de 2016. (AG)
 
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas


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