São Paulo - Ávidos por conectividade e pouco afetados pela crise de consumo, os clientes premium e super premium tem garantido a demanda por televisores com resolução 4K. De acordo com estimativas da Sony, cerca de 235 mil novos aparelhos do tipo devem entrar no mercado doméstico em 2017.
Se somadas às 635 mil unidades que estavam nas casas em 2016 (segundo a consultoria GfK), as telas 4K chegariam a 870 mil. "Das TVs de 55 polegadas para cima, todas que saem já são 4K, e ela invade cada vez mais as telas menores", afirmou ao DCI o gerente de marketing da Sony no Brasil, Marcelo Gonçalves - que vê uma relação direta entre o crescimento do ultra HD com a demanda por TVs conectadas.
"O consumidor que não possui smarTV já sente falta de conteúdos como Netflix e Youtube e é levado a trocar", afirma o executivo, explicando que, a partir deste momento, a opção por um modelo que possua também o 4K se torna natural, uma vez que as trocas ocorrem, em média, a cada seis ou sete anos. "Do contrário, o produto ficaria rapidamente obsoleto". O fim da TV analógica é outro fator que vai impulsionar a adoção.
A análise de Gonçalves foi feita durante o evento da divisão de eletrônicos da Sony (uma operação separada cuida de smartphones e uma terceira, dos consoles PlayStation) que apresentou a nova linha de produtos - incluindo headphones, câmeras e outros eletrônicos - da japonesa ao País. Ainda que a aposta global da empresa seja o cliente com poder aquisitivo elevado, opções "de entrada" para o 4K também foram apresentadas, assim como uma linha de televisores 'tradicionais' - neste caso, explica Gonçalves, a intenção é atender a lacuna do "segundo aparelho da casa".
Cortando o cabo
"Lá fora, canais como HBO e ESPN já partiram para a estratégia do cutting the cable [ou cortando o cabo] de disponibilização de conteúdo 4K via internet, com o consumidor negociando direto com o detentor do conteúdo, sem intermediários. Isso vai chegar aqui com força", afirmou Gonçalves, em relação à produção de conteúdo em ultra definição por parte das emissoras nacionais. "Há questões que dificultam o modelo no caso do cabo, mas as brasileiras estão gravando muito em 4K e oferecendo via apps, como o caso da Globosat", completa o gerente de marketing da Sony - que também comemorou a explosão do número de aplicativos no ecossistema. "Em 2015 tínhamos 200 apps de 4K disponíveis. Hoje são 800".
Fonte: DCI São Paulo