São Paulo - O Buscapé vai passar este ano por uma de suas maiores mudanças. A plataforma, que permite apenas que o cliente compare preços, será transformada em marketplace. Com o novo posicionamento, que dará a possibilidade de finalizar a compra no site, o grupo quer estar presente em toda a cadeia do consumo on-line.
Para dar suporte a estratégia, através do desenvolvimento de outras 'verticais' e soluções, a empresa criou, no início do ano, a área de novos negócios. A frente da divisão, Ricardo Gazetta afirmou ao DCI que a perspectiva com a 'evolução', que deve ocorrer no segundo semestre, é que o marketplace seja a principal fonte de receita do grupo.
"No primeiro ano imaginamos um movimento ainda tímido e menos de 10% da receita deve vir do marketplace. Mas no universo de cinco anos ele deve ser a principal linha de receita da empresa, representando mais de 50%".
O vice-presidente de novos negócios do Buscapé contou ainda que o aporte da Naspers (fundo que controla a companhia desde 2009) tem sido massivo na estratégia. "É uma aposta bem pesada do investidor. Bastante dinheiro e com um retorno agressivo". O executivo não abre a previsão da empresa sobre o impacto da mudança no crescimento da receita deste ano, mas diz que deve ser 'significativo'.
A estratégia de incorporar o modelo de marketplace vai de encontro, segundo Gazetta, com o novo posicionamento do Buscapé, que quer fazer parte de toda a cadeia de consumo do cliente: desde a geração de tráfego até a compra. "Queremos preencher toda a cadeia estratégica do consumo virtual. O marketplace é o último ponto, mas se pensarmos em todo o caminho até o consumidor chegar lá, é onde o Buscapé quer estar presente."
Para ocupar esse espaço, o executivo diz que a empresa vai avaliar qual será o melhor caminho: se através de parcerias comerciais, ou, em alguns casos, aquisições. "A área de novos negócios tem destinado cerca de 30% de todo o investimento em projetos. O que possibilita essa flexibilidade para decidir entre uma estratégia de parcerias, aquisições ou desenvolvimento interno", diz.
Outras verticais
A migração ao modelo de marketplace não ficará restrita ao site Buscapé e ocorrerá também em outras 'verticais' da empresa, como o agregador Moda it. O site de moda, que entrou no portfólio do grupo em 2012, também será transformado em marketplace este ano. "A aposta na vertical ocorre por serem itens de alta recorrência e com baixo valor agregado. Há uma demanda grande por esses produtos."
Nesse sentido, o Buscapé tem planos de ingressar também em outros segmentos de alta recorrência, como o ramo de autopeças, medicamentos e alimentação. A empresa ainda não tem nada definido, de acordo com ele, mas possui bastante interesse em entrar nos três segmentos - também pelo formato de marketplace.
Sobre as perspectivas para o Moda it, Gazetta diz que a empresa vislumbra que só a vertical represente 10% do faturamento total do grupo dentro de cinco anos. Além do site, estão dentro do guarda-chuva da área de novos negócios: o programa de afiliados Lomadee, o site de cupons de desconto Save Me e o Buscapé Viagens. Atualmente, o Lomadee é o que tem a maior representatividade, em termos de receita.
No ano fiscal de 2016, finalizado em março deste ano, o Lomadee viu uma alta nas vendas de 28%. Com cerca de 120 anunciantes, a companhia gerou R$ 1,6 bilhão de receita para os clientes e mais de R$ 35 milhões para os cerca de 300 mil produtores digitais afiliados. Segundo Gazetta, a perspectiva é que o Lomadee triplique de tamanho até 2022.
Fonte: DCI São Paulo