Produzir com eficiência máxima e otimizar os processos são passos fundamentais para que a produção agrícola seja competitiva e rentável. As ferramentas digitais e as tecnologias que permitem o processamento, em tempo real, de diversos dados fundamentais para a tomada de decisão no campo vêm conquistando espaço junto aos produtores e apresentando resultados positivos. A Agrosmart, empresa fundada em 2014, desenvolveu um modo de cultivo inteligente, conectando o agricultor à plantação. Com a análise de dados os principais resultados alcançados são o aumento da produtividade, a otimização da mão de obra e a economia de recursos.
A CEO da Agrosmart, a mineira Mariana Vasconcellos e os cofundadores, Raphael Pizzi e Thales Nicoleti, sempre conviveram com os desafios do campo. Filha de produtores rurais, Mariana explica que acompanhava o dia a dia nas lavouras, que exigem dedicação no monitoramento das culturas e observação de vários fatores para a tomada de decisões.
"Sempre convivi com os desafios da agricultura, com a necessidade de monitorar o campo o tempo todo e observar vários fatores para tentar tomar decisões mais corretas. Isto impedia que fizéssemos viagens mais longas, por exemplo. Do outro lado, eu e meus sócios já trabalhávamos no segmento de tecnologia e resolvemos utilizar os conhecimentos para solucionar o problema de dentro de casa e de um mercado muito relevante no Brasil".
A ideia para solucionar o gargalo no campo foi a criação de um sistema de monitoramento constante das lavouras. A técnica consiste na instalação de sensores que detectam até 14 variáveis ambientais da área produtiva, como a umidade, o desenvolvimento do caule, do bulbo ou dos frutos, as chuvas em cada área da fazenda e as temperaturas.
Os dados coletados são cruzados com informações obtidas de satélites e com dados de previsão de tempo para gerar informações precisas para o produtor. Por meio de um software, o produtor pode acompanhar a situação de fora das lavouras em tempo real.
O produtor paga uma anuidade, que varia de R$ 30 a R$ 300 reais por hectare, dependo das variáveis contratadas. A empresa instala os sensores, presta serviços de manutenção, faz acompanhamento agronômico semanal e, no software, são repassadas recomendações adequadas. O retorno do investimento geralmente ocorre em uma safra.
"O produtor está acostumado a tomar decisões baseadas em conhecimentos que vieram da família e que são repassados de geração para geração. Mas, como estamos passando por um cenário de mudanças climáticas, tudo tem mudado de maneira muito rápida. Então, é como se o produtor tivesse que aprender tudo de novo, mas de maneira muito mais rápida", disse Mariana.
Alertas - Ainda segundo a CEO da Agrosmart, com o sistema, o produtor é alertado sobre os riscos de doenças, previsão de tempo e é recomendada a lâmina ideal para irrigação a ser utilizada definindo exatamente o quanto de água tem que ser aplicado.
Com os dados em mãos, o produtor não precisa mais ir ao campo diariamente, toda a coleta de dados é automática e ele pode consultar pelo celular.
"Para se ter ideia, em 2016, em apenas um pluviômetro conseguimos coletar dados 17 mil vezes. Imagina mandar um funcionário para fazer este mesmo serviço de coleta? Com o sistema, o produtor consegue redirecionar a mão de obra para fazer algo mais importante", explicou.
Fonte: Diário do Comércio de Minas