Mobile banking se torna meio mais usado para transações bancárias, diz Febraban

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O uso de aplicativos de bancos para celular e tablets, o chamado mobile banking, se tornou o canal mais utilizado pelos brasileiros para operações bancárias em 2016, superando pela primeira vez o internet banking, segundo pesquisa divulgada na quarta-feira (10) pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

 

De acordo com o levantamento, o número de operações via mobile banking, incluindo transferências, pagamentos e consultas de salto, cresceu 96% na comparação com o ano anterior e já representa um terço do total de todas as transações feitas no país. A participação do mobile banking saltou de 20% em 2015 para 34% em 2016. Em 2014, era de apenas 10%.

 

Já o internet banking viu sua fatia cair de 32% para 23%. Com isso, os apps se confirmaram em 2016 como o canal noº 1 para operações bancárias no país.

Segundo o diretor da Febraban Gustavo Fosse, os números mostram que o mobile banking se consolida como o canal preferido dos brasileiros. "Por conta da facilidade, percepção de segurança e barateamento da tecnologia, cada vez mais clientes estão usando smartphones. Pagar um boleto no celular hoje é muito mais prático que na própria internet", afirma.

 

Juntos, internet e mobile, já respondem por 57% do total de movimentações financeiras. Em 2015, os canais digitais respondiam por 52% das transações.

Segundo a Febraban, o crescimento do mobile banking se deve também à migração de operações feitas em caixas eletrônicos, cuja participação no total das transações caiu de 18% em 2015 para 15% em 2016.

A pesquisa foi feita em parceria com a consultoria Deloitte, a partir de informações de 17 bancos, que representam 91% dos ativos do setor bancário.

 

Apps impulsionam número de consultas

Apesar a maior utilização de canais digitais para transações bancárias ser um tendência em alta, a liderança do mobile banking foi em certa parte inflada pela disparada do número de consultas e operações feitas por aqueles clientes que utilizam apps.

 

A pesquisa mostra que cresceu o número total de transações feitas pelos brasileiros em 2016 cresceu 17% em relação a 2015, atingindo 65 bilhões, a maior nos últimos 6 anos, refletindo o aumento do volume de transações sem movimentação financeira em meio a maior virtualização dos serviços bancários.

 

No mobile banking, o número de transações com movimentação financeira passou de 500 milhões para 1,2 bilhão em 1 ano. Já o de operações sem movimentação financeira saltou de 10,7 bilhão para 20,7 bilhão. Somente as consultas de saldo passaram de 7,3 bilhões em 2015 para 17,5 bilhões em 2016, respondendo por cerca de 65% do total das transações feitas por celular.

 

Consideradas apenas as transações com movimentação financeira, a participação dos canais digitais cresceu de 19% em 2015 para 20% em 2016. Já os chamados outros canais (agências, caixas eletrônicos e correspondentes bancários) ainda lideram o volume daquelas operações que aparecem no extrato, com 51% do total, favorecidas principalmente pela demanda por saques de dinheiro em espécie. A participação das operações de crédito e débito em maquininhas no comércio, por sua vez, recuou de 34% para 29% em meio a retração da economia.

 

Pelos últimos números disponibilizados pelo Banco Central, as transações via celulares e tablets ainda não superaram as feitas pelo internet banking. Segundo relatório com base nas informações repassadas por mais de 100 instituições financeiras, ao todo foram 16,59 bilhões de transações via celulares ou tablets em 2016 (28,13%), ao passo que as transações via internet banking somaram 19,9 bilhões, ou 28% do total.

 

A participação do mobile no total de operações varia bastante de acordo com o banco. No Branco do Brasil, o mobile responde por 40% e o Internet banking por 27%, segundo informa a instituição. Já no Itaú Unibanco, o internet banking ainda lidera, com 53% do total, ao passo que o mobile responde por 20%.


Menos de 20% das contas com mobile banking

A pesquisa da Febraban revela que menos de 20% dos correntistas utilizam o mobile banking. Dos cerca de 239 milhões de contas ativas no país, 42 milhões utilizam apps para transações bancárias. Ou seja, o potencial de crescimento ainda é enorme.

 

"Os usuários que utilizam preferencialmente o mobile banking estão muito concentrados nesse canal", observa o diretor da Febracan, destacando que 9,5 milhões de clientes já realizam mais de 80% de suas operações pelo celular. "As agências, principalmente nos grandes centros, estão migrando para um perfil mais consultivo", acrescenta.

 

Com exceção das operações de saque, praticamente todo o resto já consegue ser feito via aplicativo. De pagamento de conta a compensação de cheque e mais recentemente até mesmo a contratação de empréstimo ou linha de financiamento. O desafio é aumentar a base de clientes que passem a usar os apps como canal preferencial bem como também fazer crescer o número de operações financeiras feitas através dos canais digitais.

 

O Banco do Brasil lançou neste mês no seu app uma funcionalidade para que o financiamento de máquinas e implementos agropecuários possa ser feito totamente pela internet, sem necessidade de ir até uma agência. Segundo o banco, em 9 dias o volume de empréstimos liberados já soma R$ 14 milhões.

 

Contas digitais

Segundo a Febraban, atualmente são quase 1 milhão de contas totalmente digitais (abertas totalmente pela internet, sem contato presencial) e a expectativa é que esse número chegue a 3,3 milhões até o final do ano.

 

Embora o crescimento do uso de canais digitais venha justificando também o fechamento de dependências bancárias físicas no país, segundo mostrou reportagem do G1, a pesquisa da Febraban mostra que o número de agências e postos de atendimento bancário se manteve estável, com recuo somente no número de correspondentes bancários, que caiu de 293,8 mil em 2015 para 276,8 mil em 2016.

 

Já o volume de investimentos em tecnologia tiveram um leve recuo em 2016, segundo a Febraban, caindo de R$ 19,2 bilhões em 2015 para R$ 18,6 bilhões em 2016.

 


Fonte: G1

 


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