Após faturar R$ 2,6 bilhões na Black Friday, o e-commerce nada de braçada em um mar de rosas, mas que esconde alguns espinhos. À medida que cresce em relevância, sobem também as investidas fraudulentas, e para reverter essa situação empresas de meio de pagamento, plataformas virtuais e sistemas antifraude se uniram em um cinturão para coibir problemas no Natal.
"Nos últimos anos, percebemos um trabalho muito forte dos meios de pagamento juntamente com as plataformas de e-commerce para diminuir o risco de fraude nas compras pela internet por meio do cruzamento de dados cadastrais", afirmou o CEO da plataforma de comércio eletrônico Nuvem Shop, Alejandro Vázquez.
Para o executivo, o êxito na segurança dessas interfaces depende do alinhamento estratégico entre os lojistas online, os meios de pagamento e as empresas antifraude durante o ano inteiro. "Preferimos rejeitar pagamentos que consideramos suspeitos em vez de assumir o risco de uma transação duvidosa."
Na mesma linha de raciocínio, o gerente de planejamento financeiro da empresa anti-fraude ClearSale, Omar Jarouche, afirmou que a capacidade de análise rápida e precisa é crucial para garantir a integridade do processo. "A partir do momento em que o usuário colocou o item no carrinho até a etapa de finalização da compra, calculamos a chance de ser fraude. Esse processo leva milésimos de segundos", afirmou Jarouche, destacando que, na Black Friday deste ano, a empresa evitou o prejuízo de R$ 100 em tentativa de golpe. O executivo conta que os itens com maior incidência desse tipo de ação são os de "maior liquidez", como os eletroeletrônicos.
Outro ponto mencionado por ele é que certa negligência das plataformas online mais jovens em relação à segurança pode ser fatal para a operação. "Os sites que acabaram de ser lançados podem ser alvos dessas ações e, por isso, também devem adotar sistemas antifraude", alertou Jarouche.
Com isso, ele lembra que hoje o método de pagamento mais seguro ainda é o cartão de crédito, especialmente em relação aos itens de comercialização rápida após o golpe.
Nesse sentido, outra empresa que tem atuação no campo de segurança online é a Cybersource - controlada pela Visa.
"Nossa ferramenta consegue dados referentes ao endereço de entrega, o IP do dispositivo e analisar o histórico de e-mails usados em pedidos anteriores", argumentou o diretor de vendas da Cybersource, Gustavo Carvalho.
Com isso, o executivo aponta que, do ano passado para 2018, o número de plataformas online que começaram a utilizar a ferramenta dobrou - evidenciando a preocupação crescente com ações desta natureza, seja em períodos comuns ou datas comemorativas. "A integração entre os sistemas dura, dependendo do porte da empresa, entre duas e três semanas", complementa.
Já na opinião do presidente da Rakuten Brasil, René Abe, os esforços para coibir tais práticas devem acontecer desde o momento da entrada do usuário na plataforma. "Pela forma em que o nosso ecossistema foi construído, temos pegadas desde o cadastramento do consumidor até o momento do pagamento. Geralmente, essas ações visam produtos de tíquete médio elevado", observou o executivo, lembrando também que existem tentativas de golpe por meio de cupons de desconto. Ainda segundo ele, como a empresa tem atuação no âmbito global, possui sistema antifraude próprio organizado por um departamento de segurança interno.
Fonte: DCI