Desde fevereiro, o varejo tem um novo e grande concorrente online. A Casas Bahia entrou no e-commerce já com expectativa de faturar R$ 280 milhões neste ano e conseguir algo como 25% do mercado nos próximos dez anos – nos Estados Unidos, a líder, Amazon.com, tem 10%. Aplicou R$ 3,7 milhões na maturação do projeto eletrônico, que durou quatro anos. No site casasbahia.com.br é possível encontrar cerca de quatro mil produtos em treze categorias.
O site da rede Casas Bahia está interligado a todas as outras lojas, com as quais partilha as informações de estoque e a logística e infraestrutura de uma rede com 535 lojas físicas e faturamento anual de R$ 14 bilhões. Assim, a loja eletrônica é apenas mais um ponto de venda – chamado internamente de loja 5.000. Consegue pelo menos 70 mil a 80 mil acessos por dia, última estatística disponível (de abril), em geral com maior volume no horário comercial e maior número de vendas no período da tarde, segundo explicou o diretor de TI da rede, Frederico Wanderley.
Considerada a 16ª marca mais valiosa do Brasil, de acordo com a consultoria inglesa Brand Finance, a rede Casas Bahia ocupa a liderança do varejo nacional de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis. Está presente em dez Estados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste – São Paulo, Rio, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo, além do Distrito Federal.
Para firmar sua presença no varejo eletrônico confia no aumento de renda das pessoas – assim que a crise passar – bem como na popularização dos computadores, o que já está em curso. Pode-se confiar nesse aumento: no Ponto Frio, por exemplo, as vendas pela internet cresceram 36,8% no quarto trimestre do ano passado, atingindo R$ 66 milhões. No Magazine Luiza, a loja virtual alcançou R$ 411 milhões, 13% do total da receita da rede.
A rede Casas Bahia na internet enfrenta concorrência dura. No ano passado, em outubro, a Wal-Mart entrou na área com uma loja eletrônica de dez categorias, de artigos para bebês a telefonia, passando por eletrodomésticos, eletrônicos (claro) e informática. Outras marcas fortes na web são o Ponto Frio (Globex, recentemente comprado pelo Pão de Açúcar), o Extra (Grupo Pão de Açúcar), Pernambucanas e o Magazine Luiza. Todos tentam avançar sobre a líder absoluto de mercado, a B2W, que reúne os portais Submarino e Americanas.com. Antes da entrada do site da Casas Bahia, a B2W respondia por mais da metade do faturamento do setor. Submarino e Americanas.com oferecem mais de 200 mil itens; nas demais lojas, a média está entre 5 mil e 10 mil.
Veículo: Diário do Comércio - SP