Em 2018 o mercado cervejeiro no Brasil manteve crescimento em ritmo acelerado. Os dados, divulgados pelos pesquisadores Eduardo Fernando Marcusso e Carlos Vitor Müller, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no Anuário da Cerveja no Brasil 2018, apontam que o ano fechou com 889 cervejarias, 270 a mais do que em 2017. Levando em conta esse número, a cada dois dias uma nova cervejaria abriu as portas no Brasil em 2018. Isso aponta a rápida evolução do setor, que se manteve com crescimento de 30%, assim como nos anos anteriores. Dos 5.570 municípios brasileiros, 479 já possuem pelo menos uma cervejaria registrada.
Outro dado que chama a atenção é o grande volume de registros de cervejas e chopes. Foram aproximadamente 6,8 mil concessões em 2018, um número que supera outros mercados representativos no país, como o de polpas de frutas, vinhos e bebidas mistas.
Cervejarias por regiões do Brasil
Em relação à concentração, o Sudeste segue liderando o mercado cervejeiro no Brasil, com 90% dos registros de produtos realizados em 2018. Os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul tiveram mais de mil registros cada.
O ranking de estados com mais cervejarias não mudou. O Rio Grande de Sul segue com a maior concentração com 186 fábricas de cerveja, em segundo lugar está São Paulo, com165, seguido de Minas Gerais com 115, Santa Catarina com 105, Paraná com 93, Rio de Janeiro com 62, Goiás com 25, Espírito Santo com 19, Pernambuco com 18 e Mato Grosso com 13. As outras 88 fabricas estão espalhadas pelos demais estados do país.
Em relação ao crescimento, o número mais expressivo é do Espírito Santo. O estado possuía 11 cervejarias em 2017 e em dezembro de 2018 fechou com 19, um aumento de 72,7%. Seguem a lista das maiores expansões percentuais: Paraná (38,8%), Santa Catarina (34,6%), São Paulo (33,01%) e Minas Gerais (32,2%).
Mercado cervejeiro no Brasil gera mais empregos
Outro fator que também impressiona é o número de empregos gerados pelo setor. O levantamento realizado pela Abracerva mostra que as cervejarias com menos de 100 funcionários geraram 1.114 vagas de janeiro a dezembro de 2018. O número é quase 20% maior do que as grandes indústrias, geralmente ligadas a marcas comerciais, que geraram 828 postos de trabalho. A estimativa é que cervejarias de 1 a 99 funcionários empreguem 3,6 mil pessoas.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Carlo Lapolli, a tendência é que esse número cresça e os resultados mostram a força do segmento. “O público está cada vez mais exigente com a qualidade dos produtos, o que acaba destacando as marcas independentes. Isso explica o aumento do consumo e, consequentemente, a produção e geração de empregos. Estamos trabalhando para fortalecer o setor através de incentivos fiscais e, também, para dar novos espaços às cervejas artesanais. Acreditamos que isso, somado à qualidade do produto, consolidará ainda mais este segmento no país”, explica.
Em 2019 Brasil já conquista a marca de 1000 fábricas de cerveja
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) registrou na última semana a cervejaria de número mil no país. Isso significa que, só em 2019, em 150 dias, foram 111 novas fábricas autorizadas, uma média de 22 ao mês. Para se ter uma ideia da expansão do segmento, de 2009 até o momento o número praticamente quadruplicou.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Carlo Lapolli, as marcas independentes que produzem cerveja artesanal são, claramente, as responsáveis por essa expansão. “As grandes fábricas multinacionais não anunciaram um número significativo de novas plantas neste período. Por outro lado, ganharam notoriedade, espaço de gôndola e conquistaram o consumidor as empresas que prezam por um produto de qualidade, com matérias-primas superiores e atributos sensoriais que essas marcas não entregam”, diz.
Segundo Lapolli, esses números refletem uma apuração no gosto do consumidor e a expansão da sua percepção sobre a bebida. “Até pouco tempo, quando se fala em cerveja, o brasileiro tinha apenas uma imagem: a bebida estupidamente gelada e de má qualidade. Hoje, a busca por itens diferenciados aumentou e o mercado começou a ver a cerveja artesanal com um potencial até então não explorado”, finaliza.
Fonte: Clube do Malte