A integração de produtos da marca Leão com o sistema Coca-Cola Brasil está perto de acontecer e vai implicar em mudanças na administração da fabricante de chás, que, por enquanto, tem sede em Curitiba. As duas fábricas que existem no Paraná devem ser mantidas, assim como a unidade do Rio de Janeiro, mas elas passarão a ser geridas pela sociedade criada em 2007 pela Coca e seus engarrafadores para o segmento de bebidas sem gás, como sucos, chás e energéticos. A Coca-Cola comprou a Leão Júnior, fabricante do Matte Leão, em março de 2007, mas o negócio só foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em junho de 2009.
Agora as mudanças estão em curso e, embora a empresa não fixe data para a conclusão do processo, a previsão é de que elas ocorram até junho, segundo uma fonte ouvida pelo Valor. "A Coca-Cola Brasil está em conversas avançadas com seus fabricantes na definição de um modelo para aumentar a integração da Leão Junior com o restante do sistema", diz nota da empresa. Um dos objetivos, segundo a companhia, é reforçar a estrutura de vendas e distribuição dos chás Leão "aumentando a coordenação administrativa, operacional e de marketing com o restante do portfólio de bebidas".
Ao ser questionada sobre as mudanças, a Coca informou que estão sendo avaliadas a utilização de seu sistema de vendas e distribuição para a linha líquida da Leão em todo o Brasil e a definição de uma estrutura comercial e logística para a linha seca, assim como a integração da estrutura de marketing e inovação entre as empresas.
Quando a Coca-Cola comprou a Leão Júnior, não negociou o imóvel que era ocupado pelos antigos donos da empresa e teve de procurar um novo lugar. Em novembro do ano passado, inaugurou uma fábrica no município de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, para produzir sua linha seca de chás. Mas a área administrativa foi mantida temporariamente no antigo endereço e, agora, no processo de integração, parte da equipe irá para o Rio e parte para São Paulo.
No novo modelo, a função de diretor-geral da Leão Júnior será extinta. Michel Davidovich, executivo oriundo da Coca-Cola que ocupa esse cargo há dois anos e meio, já tem nova atribuição na companhia para os próximos quatro anos. Passará a comandar a área que está sendo criada pela Coca-Cola para gerenciar projetos ligados à Copa do Mundo de 2014.
As alterações na administração da Leão ocorrem ao mesmo tempo em que a família fundadora da fabricante negocia dois terrenos que abrigaram uma fábrica e os escritórios da empresa. Uma pessoa próxima da negociação informou que uma das áreas está avaliada em R$ 30 milhões e que propostas foram feitas por construtoras e também pela Igreja Universal do Reino de Deus. A família e a Universal não comentam o assunto.
Veículo: Valor Econômico