A falta de latinhas no mercado e as vendas em alta de bebidas poderão resultar na falta de refrigerantes, segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (Abir), Hoche Pulchério.
"A capacidade de produção está no topo. Todas as grandes fabricantes já anunciaram investimentos para ampliar a produção. Mas o ritmo desse investimento é bem mais lento que o do crescimento da demanda", afirmou. "Por isso, há risco de haver faltas pontuais de produto embalado em latas."
Com a alta inesperada no consumo de bebidas (cervejas, enregáticos e refrigerantes) ocorrida no final do ano passado e durante o verão, criou-se um déficit de 1,5 bilhão de latas, conforme cálculos da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas).
"O atenuante é que até o início do próximo verão o fornecimento já deverá estar normalizado", diz Pulchério. Outro fator que atenua a situação é o fato de que a falta de latas coincide com a estação de temperaturas mais amenas, quando o consumo de bebidas e refrigerantes é menor.
O problema continua sendo a Copa do Mundo de Futebol, que acontece entre junho e julho. Normalmente, o evento esportivo catalisa o consumo. "Mas para este ano a Copa ainda é uma incógnita", diz Pulchério.
A saída para a indústria de refrigerantes vai ser investir em embalagens alternativas. É o que está fazendo a Coca-Cola, com sua nova garrafa pet de 600 ml, a chamada "plantbottle", ou garrafa vegetal, feita com 30% de pet originário da cana-de-açúcar.
Além disso, a empresa anunciou investimentos de R$ 11 bilhões até 2016 no país. A AmBev , que engarrafa e distribui os refrigerantes da Pepsi, além de sua própria linha, está aumentando a capacidade de produção de suas fábricas. (L.C.)
Veículo: Valor Econômico