Além do presidente Chris Barrow, outros sete cargos da operação local já estão definidos
Quatro meses após a aquisição das operações de cerveja damexicana Femsa por US$ 7,6 bilhões, a holandesaHeineken começa amontar a estrutura organizacional para fortalecer sua atuação no segmento que movimentou cerca de R$ 30 bilhões no país no ano passado. Detentora dasmarcasKaiser, Sol, Bavaria e Heineken, a companhia tem atualmente a menor fatia entre as quatro principais cervejarias do país, com uma participação que representa cerca de 10% do mercado obtido pela líder Am- Bev (7% ante 70% na média dos levantamentos realizados pela Nielsen nos últimosmeses).
Desde que a negociação com a Femsa foi aprovada pelo Cade, há cerca de um mês, a Heineken já definiu os executivos de oito cargos dentro da operação brasileira da companhia. Os portugueses Nuno Teles e Isabel Moisés assumem, respectivamente, as diretorias de marketing e relações humanas ao deixarem os mesmos postos da empresa em Portugal. Vindo da matriz da Heineken na Holanda, o italiano Alberto Toni será o novo diretor financeiro.
Além deles, os brasileiros Jorge Kowalski (comercial), Wilson Nogueira (planejamento) e Edmundo Albers (indústria) permanecem nas áreas que dirigiam dentro da Femsa. “A empresa tem um grande knowhow e experiência em refazer portfólios para transformar cases de pouca aceitação em líder do mercado. Assumir a liderança desse segmento no Brasil é muito difícil, mas a equipe trabalhará muito para reduzir esse grande intervalo até a AmBev, afirma Paulo Macedo, que deixa a diretoria de relações institucionais da Femsa no Mercosul para assumir o mesmo posto na Heineken para o Brasil.
Conforme divulgado pela empresa há um mês, o sul-africano Chris Barrowfoi o escolhido para presidir a operação brasileira da companhia e tem visitado o escritório no país frequentemente. Ele chega para o lugar do atual diretor-geral Fabrício Ponce, que continuará na empresa mas ainda semfunção definida.
Ritmo acelerado
Apesar da introdução de executivos de fora do país na companhia, aHeineken afirma que optou por manter a base estrutural da Femsa para “não haver uma ruptura dos trabalhos”. Desde o mês passado, uma equipe de transição formada por 41 pessoas de onze nacionalidades diferentes (entre eles, colombianos, alemães, mexicanos, argentinos e espanhois) trabalha em ritmo acelerado para deixar tudo pronto até o mês de agosto, quando o novo presidente assume a empresa.
“Não há um prazo para esse período terminar pois cada departamento trabalha com um cronograma. Mas até lá será um trabalho forte de transição”, afirma Macedo. Segundo ele, apesar das alterações pelo fato da Heineken ser a nova controladora da operação, “todos os contratos, sem exceção, estão sendo respeitados”. “É muito cedo para falar de planos. Mas o foco da companhia são os países emergentes e a Heineken vem para crescer”, completa.
Veículo: Brasil Econômico