Inovini, braço da Aurora, foca no 'atacado'

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A partir de 2009, a área de vinhos passou a ter equipe própria, hoje em 17 pessoas, comandadas por Rodrigo Lanari.

 

A importadora Inovini iniciou atividades no começo de 2009. Embora pareça bastante recente, na realidade, sua atividade representa um braço da tradicional importadora de alimentos e bebidas Aurora. Fundada em 1946 pelo imigrante alemão Alfredo Jacobsberg, a Aurora inicialmente atuava como comerciante de frutas secas. A entrada no mundo dos alimentos e bebidas finas ocorreu em 1966, sob o comando da segunda geração da família, época em que conquistaram a distribuição exclusiva de algumas conhecidas marcas internacionais como Lindt e Tabasco. Na década de 90, com a abertura de mercado e o Plano Real, o cenário melhorou, possibilitando ampliar o portfólio de produtos e fortalecer a distribuição.

 

O segmento de vinhos não era a vocação da Aurora. As tímidas tentativas não fizeram com que a área alcançasse desempenho semelhante à dos alimentos e outras bebidas. O atual presidente, Alberto Jacobsberg, constatou que o vinho não se vende da mesma forma que os outros produtos, a abordagem deveria ser outra. Optou por montar uma equipe própria e independente para atuar nesse mercado.

 

Para assumir o posto de gerente da divisão, contratou Rodrigo Lanari. Egresso da Expand, Lanari é o único brasileiro graduado no Wine MBA da Bordeaux Management School. Com 17 pessoas na equipe (antes eram três), Rodrigo afirma que tanto o portfólio de produtos quanto a equipe de profissionais estão em fase de expansão, ao menos até meados de 2011. Além dos descritos na tabela abaixo, dois outros grandes produtores estão chegando: Dr. Loosen, do Mosel (Alemanha) e Barone Ricasoli-Castello di Brolio, uma das maiores referências em Chianti Classico.

 

Na ótica de Lanari, o diferencial na atuação da Inovini é o foco. Quanto ao portfólio, pretende trabalhar com um número reduzido de produtores por região, mas cada um com uma gama representativa em termos de variedade e tipicidade dos vinhos. O objetivo é construir a marca de cada produtor, o que, considerando as muitas nuances do produto, não se trata de algo fácil, tampouco rápido.

 

Na distribuição, a filosofia de trabalhar de modo focado se mantém. A venda direta ao consumidor, modalidade intensamente valorizada pelos principais "players" do mercado, não está nos planos da empresa. Embora o façam, não há qualquer interesse em possuir loja própria, montar equipe de televendas ou e-commerce. Os atuais volumes de venda por canal já estão bastante próximos do que consideram ideal: 20% para os supermercados, 30% para os restaurantes e outros pontos de dose e 50% para o varejo especializado e delis.

 

Lanari acredita que o mercado brasileiro está em fase de amadurecimento, com consumidores começando a privilegiar vinhos de qualidade um pouco mais elevada (acima de US$ 30,00 por garrafa), tendência que deverá ser acompanhada de uma maior profissionalização do setor e uma natural seleção dos importadores que perdurarão no segmento de vinhos finos, atualmente saturado.

 


Veículo: Valor Econômico


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