Fabricante de destilados reforça gastos com marketing e foco nos países emergentes
A Diageo, maior fabricante mundial de destilados, divulgou ontem que o consumo de bebidas alcoólicas na Espanha e Grécia refreou as vendas europeias no seu primeiro trimestre fiscal, encerrado em 30 de setembro. A receita geral da empresa aumentou 5%, excluindo o impacto de aquisições e oscilações cambiais, equiparando-se à estimativa mediana de dez analistas.
O ambiente de consumo na Europa, onde a Diageo tem sede, está "ligeiramente mais fraco do que experimentamos no ano anterior", divulgou a companhia. As vendas na Espanha caíram "acentuadamente".
As ações da Diageo chegaram a cair 2,2% ontem e foram negociadas a uma cotação 1,8% mais baixa, a 1,122 pence no meio-dia, ontem, em Londres. Os papéis aumentaram 3,5% este ano, conferindo à dona do uísque Johnnie Walker um valor de mercado de aproximadamente 28 bilhões de libras esterlinas (US$ 44,8 bilhões).
"Acreditamos que alguns analistas procuravam crescimento mais sólido, ocasionando uma modesta torrente indesejada de venda do papel", disse Trevor Stirling, analista do Sanford C. Bernstein em Londres, a respeito da queda de ontem no preço da ação, num relatório de análise.
A Diageo continuará elevando os gastos em marketing globalmente e reforçando a sua força de vendas em mercados emergentes, disse a companhia, ontem. A receita nas divisões Ásia Pacifico e Internacional da companhia, que incluem vendas em free shops, se mantiveram como "os principais impulsionadores do crescimento das vendas líquidas orgânicas". O crescimento do faturamento acelerou na América do Norte.
"O ano começou como imaginamos, com um ambiente consumidor e econômico frágil nos mercados desenvolvidos e demanda mais vigorosa de consumidores nos mercados em desenvolvimento", disse Paul Walsh, executivo-chefe da Diageo, no comunicado. O desempenho no trimestre encerrado em 30 de setembro estava "coerente" com as projeções da companhia, observou a fabricante.
"A Europa está débil, mas todos sabem que a Europa será difícil este ano", afirmou Simon Hales, analista da Evolution Securities em Londres. "Para ser justo, ela não ficará nem um pouco pior do que já esteve no quarto trimestre."
A receita líquida de vendas subiu para 2,06 bilhões de libras (US$ 3,3 bilhões) no trimestre fiscal, em relação a 1,95 bilhões de libras (US$ 3,1 bilhões) obtidas no mesmo período do exercício anterior. Um ano antes, a receita da Diageo havia caído 6%, à medida que atacadistas dos Estados Unidos reduziam a quantidade de produtos estocados na recessão.
A Diageo reiterou que espera lucro operacional neste ano fiscal, excluindo aquisições, para crescer mais do que os 2% de 2010.
Veículo: Valor Econômico