De acordo com a Abinam, o mercado de água mineral faturou, no ano passado, R$ 1 bilhão e obteve alta de 13% em relação ao resultado do ano anterior.
"Comprar água mineral já virou hábito", falou Vanderlei da Costa, motorista de ônibus.Apesar das fortes chuvas que tem caído nos último dias, o verão mantém a temperatura em alta e aquece o mercado de água mineral. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam), Carlos Alberto Lancia, em dezembro, as vendas da bebida engarrafada na região Sudeste, registraram um crescimento de 40% em relação a igual período de 2010. São Paulo representa o maior mercado do País, com quase 30% do setor.
De acordo com a Abinam, o mercado de água mineral faturou, no ano passado, R$ 1 bilhão e obteve alta de 13% em relação ao resultado do ano anterior. Para Lancia, o aumento do poder de compra da nova classe média brasileira e a mudança de hábito deve gerar 45% de avanço neste verão e 15% em 2011 ante o balanço do ano anterior. "O principal fator é mais consciência do consumidor quanto à segurança alimentar. A população já não confia mais nos bebedouros".
Hábito– O motorista de ônibus, Vanderlei Conceição da Costa, que trabalha na região central da cidade de São Paulo, compra uma garrafa de água mineral de 1 litro todo dia, e gasta R$ 1, mas com o forte calor desta época do ano, a sede aumenta e seu custo também. "Dá sede direto e nem dá tempo de procurar onde beber e o jeito é comprar várias garrafinhas ou até garrafões de 2 litros. Comprar água mineral já virou hábito".
O ponto final da empresa de ônibus fica em frente à Distribuidora de Água Mineral Shangri-la, na Liberdade, mas segundo João Batistela, sócio-diretor da empresa, as vendas praticamente dobraram em dezembro. O carro-chefe é o galão de 20 litros, a R$ 5,50, para os estabelecimentos comerciais. "A média é de 2 mil pedidos de galões de 20 litros por mês, porém do fim do ano para cá, já saiu uns 3,5 mil". De acordo com a Abinam, há 420 empresas engarrafadoras de água mineral e cerca de 30 mil distribuidoras no Brasil. Em 2009, o setor produziu 8,7 bilhões de litros de água.
Em dezembro, as vendas do purificador de água Gioviale, da Lorenzetti, triplicaram na loja C&C Nova Tietê, localizada na região da Zona Oeste. Segundo a gerente de cozinhas e lavanderias, Ludimila dos Santos, as vendas do produto, com preço final ao consumidor de R$ 189, 90, aumentaram bastante. "Já vendemos 53 peças Gioviale sendo que normalmente não passa de 15 unidades por mês", diz.
Protetores – No mesmo ritmo está a procura por protetor solar. Neuza Fausto, subgerente da Perfumaria 2000, no centro da cidade, informa que a saída do produto "está ótima". "Antes o cliente da classe C comprava o protetor para ir à praia e toda a família usava. Agora, usam com mais frequência e levam itens da linha infantil". Jucilene Rocha foi à loja para comprar um filtro solar da marca Nivea para ir à praia. "Mas sempre temos em casa", diz Jucilene.
A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), informa que o País já ocupa a segunda posição no segmento de protetor solar, com 10,2% do market share mundial e só perde em vendas para os Estados Unidos.
Obrigatoriedade – O uso do protetor solar é de tamanha relevância que a Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ), da Câmara dos Deputados, aprovou, em dezembro, o Projeto de Lei 3730/04, do deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a distribuir, gratuitamente à população, protetor solar com fator 12. A proposta sustenta que muitos trabalhadores, como carteiros e agricultores, adquirem câncer de pele.
Veículo: Diário do Comércio - SP