Empresa trará para o Brasil marca de bebidas comercializada em outros 20 países, com foco nas classes C, D e E
A fabricante peruana de refrigerantes Ajegroup já tem data para estrear no mercado brasileiro. A fábrica instalada no município de Queimados (RJ) começa a funcionar na semana que vem e os produtos devem chegar às prateleiras nos últimos dias de janeiro. A companhia abastecerá primeiro os quatro Estados da região Sudeste e em três anos pretende ter alcance nacional. A região Sul deve receber a próxima fábrica.
A estratégia da empresa é ganhar mercado nas classes C, D e E, com preços competitivos, mas não tão baixos quanto costuma praticar em outros países. "Queremos chegar com uma coisa diferente, porque o mercado de refrigerantes no País está estático", diz o brasileiro Cláudio Fontes, que já comandou as atividades do grupo na Venezuela e agora é responsável por iniciar as operações no Brasil.
A Ajegroup nasceu no início da década de 80 numa cidade peruana miserável, berço do grupo terrorista Sendero Luminoso. A família Añaños aproveitou o desabastecimento de bebidas, provocado por ataques terroristas aos caminhões da Pepsi e Coca-Cola, para desenvolver um novo xarope de refrigerante. Hoje, a companhia atua em 20 países, na América Central, do Sul e na Ásia. Em média, detém 15% de participação nesses mercados. O maior deles é o México.
Os peruanos começaram a se instalar no Brasil em outubro do ano passado e batizaram a subsidiária de Ajebras. A fábrica exigiu investimentos de US$ 40 milhões e terá capacidade de produzir 80 mil garrafas de refrigerante por hora.
A fabricante de refrigerantes vai comercializar aqui sua principal marca, a Big, em quatro versões diferentes: cola (tradicional, zero cafeína e zero caloria) e guaraná. Os preços ainda não foram definidos. "Mas não seremos a marca mais barata do mercado", diz Fontes.
A distribuição em redes de supermercados será feita pela própria empresa e, nos demais postos de venda, por transportadoras terceirizadas. No fim de fevereiro, quando a bebida estiver nas prateleiras, começa a campanha publicitária. A Ajegroup contratou a agência Artplan para desenvolver os comerciais de TV. "Não queremos propaganda de madrugada. Vamos começar já no horário nobre", afirmou Fontes, que garante não temer a concorrência. "Existe mercado para todo mundo."
Veículo: O Estado de S.Paulo