Depois de uma queda na safra 2009/10, as exportações mundiais de suco de laranja devem aumentar 5,7% na atual temporada.
Os embarques de suco dos principais produtores devem atingir 1,47 milhão de toneladas na safra 2010/11, ante 1,39 milhão de toneladas na anterior, quando o comércio internacional recuou 8,5%.
A estimativa foi divulgada pelo Usda (Departamento de Agricultura dos EUA), em relatório nesta semana. Como o Brasil detém mais de 80% do mercado mundial, a previsão para os embarques do país está em linha com a geral: aumento de 5%, para 1,22 milhão de toneladas.
Já os Estados Unidos, onde os efeitos climáticos sobre a atual safra na Flórida agora parecem menos intensos do que o esperado, devem apresentar um crescimento de 8% nas suas exportações, para 115 mil toneladas.
Segundo o Usda, o aquecimento do comércio internacional é assegurado pela maior demanda da União Europeia, "onde a conveniência do suco de laranja está melhor adaptada aos hábitos modernos de consumo do que as frutas frescas".
A UE -principal mercado para o Brasil- deve consumir 892 mil toneladas de suco de laranja, com um crescimento de 4% em relação à safra passada. Desse total, 800 mil toneladas de suco serão importadas.
Apesar dessa recuperação, há uma crescente preocupação no setor sobre o futuro das exportações de suco de laranja, diante da maior concorrência com outras bebidas que levam pouca -ou nenhuma- quantidade de suco e que têm lançamentos frequentes no mercado. É o caso de bebidas à base de soja e isotônicos, por exemplo.
Nos Estados Unidos, o consumo de suco de laranja caiu 15% entre 2003 e 2009. Na Europa, a queda foi de 4% no mesmo intervalo.
A esperança está nos emergentes, onde cresce a população urbana. Na China, o consumo subiu 66% de 2003 a 2009, segundo estudo da consultoria Markestrat.
Veículo: Folha de S.Paulo