Em Minas Gerais existem sete microcervejarias que juntas produzem 400 mil litros de bebida por mês e geram 120 empregos. A expectativa é que em dois anos sejam construídas no Estado outras cinco fábricas. O investimento inicial gira em torno de R$ 300 mil para uma produção a partir de mil litros mensais, com preço de venda de aproximadamente R$ 5 por litro, segundo o Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindbebidas).
No entanto, a apreciação do dólar frente ao real elevou o custo de produção e fabricantes já repassam o aumento para o consumidor. Grande parte da matéria-prima utilizada para produzir cerveja - o lúpulo, alguns tipos de malte o trigo e a cevada - é importada.
Segundo a proprietária da cervejaria Backer, Ana Paula Lebbos, a lei seca, que já impedia um crescimento maior neste ano, e a alta do dólar são os maiores obstáculos para um incremento maior na produção. Além disso, com o custo de produção elevado, o preço final do produto deve sofrer um reajuste e para o próximo mês está definido pela Backer um aumento de 6% nos preços ao consumidor.
O crescimento previsto inicialmente para 2008 em relação ao ano passado era de 15%, mas a alta do dólar fez a proprietária da Backer rever o percentual. "Agora aguardo um crescimento, se não for de 15%, que seja de 5% a 10%, mas que ocorra crescimento", afirmou Ana Paula Lebbos.
O diretor do Sindbebidas, Marco Antônio Falcone, avaliou, que apesar da oneração do setor, a elevação no número de consumidores tem amenizado os impactos. "Minas está puxando o crescimento deste segmento no Brasil. Realmente os produtores passam por um momento difícil, mas o mercado está muito aquecido", disse.
Falcone lembra que em fevereiro houve reajuste nos preços porque os produtores de malte da Europa foram incentivados a mudar de cultura e produzir oleaginosas, destinadas ao biocombustível. Com isso o preço do malte saltou 140% e a cerveja ficou mais cara.
Lançamento - A micro cervejaria mineira Backer vai lançar no mercado dois novos tipos de chope - o Backer Porter e o Pale Ale. A microcervejaria produziu no ano passado 260 mil litros de bebida, entre cerveja e chope e o faturamento foi de R$ 2,1 milhões.
A Backer, cervejaria artesanal, tem sede em Belo Horizonte, no bairro Olhos D’Água e emprega entre funcionários diretos e terceirizados 35 profissionais. Além de atender o mercado mineiro a empresa vende para outros estados 20% da produção, principalmente para São Paulo e Brasília. Os principais clientes são redes de supermercado e restaurantes.
Veículo: Diário do Comércio - MG