Aquamare, de SP, investe em água do mar para beber

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Em um país com inúmeras fontes de água mineral e a maior bacia hidrográfica do mundo, porque alguém teria interesse em dessanilizar água do mar para consumo humano? É a esse propósito que se dedica a empresa Aquamare, com sede em Bertioga, no litoral paulista. Com investimentos de US$ 3 milhões e 11 anos para o desenvolvimento do projeto, a companhia lançou em março sua água do mar dessanilizada, a Aqua+.

 

"A ideia não é competir com as água minerais. É oferecer um produto novo e diferente", diz Rolando Viviani Júnior, diretor de marketing da empresa. Segundo ele, a água do mar sem sal mantém mais de 60 minerais que só á água do oceano oferece. Por conta dessa característica, a Aquamare acredita que há um mercado a ser explorado para a água marinha. Tanto que sua meta é chegar a 2 ou 3 milhões de litros vendidos ao mês até o fim do ano que vem.

 

Para isso, a empresa negocia com o grande varejo a entrada do produto nesse canal de vendas. Por enquanto, a Aqua+ está sendo vendida só em lojas de produtos naturais, a um preço que vai de R$ 2 a R$ 2,50 a garrafa de 500 ml - praticamente o dobro do que custa uma água mineral comum.

 

"Nosso público-alvo são as pessoas preocupadas com saúde e bem estar. Por isso nossos primeiros canais de vendas são lojas de produtos naturais e restaurantes vegetarianos", diz Viviani Júnior.

 

Para convencer o grande varejo, a Aquamare conseguiu com a Nickelodeon licenciar o personagem Bob Esponja a fim de estampar o rótulo das garrafas de água dessanilizada. A ideia, segundo ele, é deixar o produto mais atraente para o público em geral.

 

O lançamento da água dessanilizada no país só pôde acontecer depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou em agosto do ano passado a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 27/2010. A RDC determinou como livres de registro da Anvisa alimentos e bebidas como palmito em conserva, sal, alimentos para atletas, adoçantes dietéticos e água engarrafada. As empresas devem apenas informar à autoridade sanitária local sobre o início da produção do alimento ou bebida.

 

"Antes da RDC, não tínhamos como lançar o produto no Brasil por isso, em 2008, começamos a vender a água nos Estados Unidos", diz o executivo. "Estamos chegando perto de 1 milhão de litros ao mês enviados para lá. Ao chegarmos a essa marca, valerá a pena ter uma unidade de purificação nos Estados Unidos, que é o que estamos estudando agora."

 

A Aquamare foi fundada por um especialista em medicina chinesa, um publicitário e um investidor pessoa física vindo do mercado financeiro. "Eles preferem não aparecer", diz Viviani Júnior.

 

O processo de dessanilização da água, segundo o diretor, começa em alto mar, onde há menos materiais em suspensão (areia, algas etc) que nas áreas próximas a praia. "Com um navio, captamos toda água e levamos para a fábrica, onde tiramos o sal por meio de um processo chamado osmose reversa, que nada mais é que uma série de nanofiltragens", explica ele. O processo, de acordo com o executivo, é de 30% a 40% mais caro que a extração de água mineral de fontes naturais. "É por isso que o produto também custa mais. Mas a água marinha tem maiores benefícios que á água comum", diz o diretor.

 

Veículo: Valor Econômico


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