Ao que parece, tamanho é importante, pelo menos quando o assunto é servir vinhos. Alguns produtores de vinhos dos Estados Unidos estão pegando uma dica de seus colegas europeus e embalando os vinhos vendidos a restaurantes e bares em barriletes, em vez de garrafas. Para o consumidor, isso deverá significar vinhos melhores a preços menores.
"Tive a ideia em uma viagem à Itália", diz Chris Hall, diretor-geral e coproprietário da vinícola Long Meadow Ranch, de Napa, Califórnia. Ele usa pequenos barris de aço inoxidável de 19 litros para servir seus vinhos orgânicos em sua sala de degustação e para entregá-los a restaurantes. "Na Itália, não é incomum ver bons vinhos em barris em restaurantes informais. Eles são despejados direto dos barris em jarras. E a verdadeira surpresa para mim foi perceber o quanto os vinhos são bons. Não há nenhuma presunção nisso. Tratam-se de vinhos honestos e bons", diz Hall.
Seu vizinho em Napa, David Graves, da Saintsbury Vineyard, também está embalando vinhos pinot noir e chardonnay em barris de tamanho parecido, que comportam o equivalente a 26 garrafas e são vendidos a restaurantes e hotéis. "O caminhão de entrega se parece muito com qualquer caminhão de entrega de cerveja. E dessa maneira o cliente recebe uma taça de vinho fresco o tempo todo", explica Graves.
Para retirar o vinho do barrilete, os dois produtores usam uma mistura de nitrogênio com "apenas um jorro" de dióxido de carbono, a chamada mistura Guinness. "Apenas CO2 deixaria o vinho espumante demais. Dessa maneira, o vinho é mantido em equilíbrio", diz Graves, acrescentando que os barriletes são reutilizáveis.
Mas Linda Lindsay, fundadora da Great Oregon Company, que produz vinhos sob o rótulo Rascal, optou por um barrilete alternativo, que é reciclável, para encaminhar seus pinot noir e pinot gris para o mercado. Ela afirma que os barriletes de 30 litros, equivalentes a cerca de 40 garrafas, que ela usa saem mais baratos para os restaurantes, que não precisam pagar um depósito pelos barriletes. "E como eles são completamente recicláveis e muito leves, temos uma tecnologia muito mais 'verde' e estamos no Oregon. Gostamos disso", afirma ela.
Jean-Charles Boisset, cuja família é dona de vinícolas na França e na Califórnia, está usando um recipiente tradicional, barris de vinho de carvalho francês, para entregar os produtos de suas vinícolas DeLoach e Raymond Vineyards diretamente ao consumidor e a restaurantes. Os barris contêm um revestimento plástico, muito parecido com o das caixas de vinhos, que pode conter até 10 litros, ou quase 70 taças, de pinot noir ou cabernet sauvignon.
Barrilete ou barril, os formatos maiores eliminam o risco do vinho com gosto de rolha, protege contra a oxidação e reduz as emissões de carbono e os gases do efeito estufa resultantes da produção de embalagens, segundo os produtores. "E é demais", diz Hall. "Você não pode abrir um restaurante sem vinho em barril, especialmente na Califórnia."
Veículo: Valor Econômico