Vendas da bebida estão aquecidas e deverão apresentar crescimento de até 10% neste ano sobre 2010.
De sabor refrescante, os espumantes caíram no gosto dos brasileiros. De brinde em brinde, as vendas da bebida, considerada ideal para o clima quente, estão aquecidas e deverão apresentar crescimento de até 10% neste ano sobre 2010, alcançando 14 milhões de litros comercializados, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Parte da expansão é puxada pelas festas de fim de ano, época em que a procura pelo produto é maior que a média mensal.
Para atender à demanda, os comerciantes de Belo Horizonte apostam em um mix bastante diversificado. É o caso do empresário Flávio Morais, diretor da Enoteca Decanter, loja de vinhos e enogastronomia que preparou os estoques para um desempenho nas vendas nada modesto: até 50% maior nos meses de novembro e dezembro na comparação com os demais períodos do ano.
E mesmo com dólar em baixa, Morais garante que os importados não devem incomodar a liderança do produto nacional. "Acredito que os espumantes produzidos no Brasil são a ‘bola da vez’, teremos aumento expressivo nas vendas porque realmente é um produto muito bom. O mercado fala em custo-benefício, eu prefiro a expressão menor: custo-prazer. Temos grande experiência na produção de espumantes, o que nos coloca à frente dos importados devido a diversos fatores, entre eles a qualidade da uva produzida no Sul do país", disse Morais.
Outro fator que tem atraído cada vez mais os brasileiros é o preço. Morais cita que um dos proseccos italiano mais consumido é encontrado no mercado a partir de R$ 45, enquanto o nacional, de qualidade idêntica ou superior, custa R$ 35. o caso do Valduga Arts, espumante produzido no município de Bento Gonçalves (RS). A fama e qualidade levaram o produto para a posse da presidente Dilma Rousseff e para a recepção da comitiva do presidente americano Barack Obama no país.
Importados - Apesar do otimismo dos empresários do setor, os estrangeiros terão lugar cativo na prateleira dos supermercados brasileiros. Isso porque o dólar em baixa favorece a importação de espumantes que, apesar de mais caros por causa das taxas alfandegárias, vão disputar a preferência do consumidor.
O sommelier Antônio Guido, gerente da Royal Impório, disse que tem produtos que variam de R$ 22 a R$ 2 mil. A expectativa de aumento de até 30% nas vendas sobre outros meses do ano é reflexo da sede do consumidor pela bebida. "Em anos anteriores a procura começava em dezembro, mas neste ano foi antecipada. Estamos reforçando os estoques na expectativa de crescimento do consumo", disse.
Os números anunciam a boa fase dos espumantes no mercado nacional. Até 2000, as vendas não passavam de 4 milhões de litros e uma década depois o consumo deslanchou, atingindo 12,5 milhões de litros em 2010, conforme estimativa do Ibravin. Para 2011, a projeção é de 14 milhões de litros. A maioria, mais de 60%, deve ser comercializada no último trimestre do ano, sendo que, até setembro, foram colocados 6 milhões de espumantes no mercado. O Estado do Rio Grande do Sul é responsável por 90% da produção nacional.
O gestor comercial Fernando Avelar, da distribuidora Casa Montez, que trabalha com produtos importados e nacionais, sente o reflexo da mudança de hábito do brasileiro e aposta no crescimento de até 30% nas vendas neste final de ano sobre igual período de 2010. "O vinho tem os seus momentos, está ligado ao inverno e a um clima mais frio. Nesta época do ano, devido ao aquecimento da temperatura, as confraternizações acabam levando o consumidor em direção ao espumante", disse.
Com duas lojas na capital mineira, na Casa do Vinho, especializada em vinhos importados, a expectativa é vender 25 mil garrafas de espumantes neste ano, segundo o diretor Armando Martini. Segundo ele, o aumento do consumo da bebida está ligado à grande variedade de espumantes de qualidade com preços acessíveis. "Além disso, o produto é um coringa nas harmonizações, equilibra bem com as comidas típicas e pode ser servido do início ao fim da refeição", revela. Outra vantagem dos espumantes, principalmente no verão, é a temperatura em que são servidos.
"O ideal é que os espumantes sejam degustados mais resfriados, em torno de 7 graus", explica o empresário. Martini indica opções que vão desde espumantes argentinos como o Chatel Nouve (R$ 27,50), até italianos Iris (a partir de R$ 44,50), franceses Cremant (a partir de R$ 68) e champagnes, como o 1er Cru e o Grand Cru (a partir de R$ 166).
Veículo: Diário do Comércio - MG